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Estranha coincidência
Com preços na casa dos R$ 240 mil, 325i Coupé, 300C SRT8 e Murano são bem diferentes
Renato Stockler/Folha Imagem
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Da esquerda para a direita, o BMW 325i Coupé (218 cv), o Chrysler 300C SRT8 (431 cv) e o Nissan Murano (231 cv) |
FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL
Você deve estar se perguntando o que há em comum entre o Chrysler 300C SRT8, o
Nissan Murano e o BMW 325i
Coupé. Além de serem as "meninas dos olhos" dos departamentos de design de suas montadoras, são esportivos e custam cerca de R$ 240 mil.
Claro que o desempenho,
avaliado no teste Folha-Mauá,
diz muito, mas não é tudo.
Com motor 6.1 V8 (oito cilindros em "V") e 431 cv (cavalos),
o 300C é o mais rápido. Cravou
6,16s para ir de 0 a 100 km/h. O
325i, com seus seis cilindros
em linha (218 cv), precisou de
9,17s, sete décimos de segundo
a menos que o Murano, que usa
propulsor 3.5 V6 de 231 cv.
A diferença de desempenho
é causada, principalmente, pela
relação peso/potência. Apesar
de ostentar 2.040 kg, cada cavalo do Chrysler "carrega" apenas 4,73 kg. No BMW, essa relação sobe para 6,85 kg/cv, e ela
chega a 8,1 kg/cv no Nissan.
É preciso, porém, analisar de
que forma aceleram. Mais rápido em todas as provas, o 300C
faz lembrar um adolescente rebelde. Pelo pavio curto e pela
forma desajeitada como corre:
um toque no acelerador, e ele
dá um pulo para a frente. Mas
não transmite segurança suficiente, mesmo com suspensões
enrijecidas e rodas de aro 20.
Frankstein
Da adolescência, o 300C
também traz a falta de noção
com as extremidades. Assim
como o jovem que derruba tudo
por não perceber que a mão
cresceu, o Chrysler raspa o pára-choque em valetas rasas.
Já o BMW é mais maduro e
sensato. Sabe quando e como
acelerar, dando total segurança
ao motorista. Dos três, é o que
mais faz o motorista sentir que
está num carro esportivo de
tração traseira. É possível trocar as seis marchas de forma seqüencial pela alavanca. E melhor: para a frente e para trás, e
não para a direita e para a esquerda, como no 300C.
O Murano é o típico "cinqüentão" que não aceita a idade
e se veste como os jovens, chamando a atenção por onde passa. Apesar de parecer um utilitário esportivo, tem comportamento de perua grande. Por isso é um "crossover", conceito
cada vez mais comum nos EUA.
Se a engenharia permitisse, o
carro esportivo perfeito teria
um pouco de cada um dos três.
Do 300C, viriam os bancos, o
motor e as rodas. O Murano cederia o câmbio continuamente
variável e a tração 4x4 permanente. Tudo isso iria, então, para o BMW, que tem carroceria,
suspensão, freios e dirigibilidade aprimorados. A experiência
poderia resultar num Frankstein. Ou num Super-Homem.
Os carros foram cedidos para teste
pelas montadoras
INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092
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