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HATCHS
Compactos ganharam versões maquiadas, com direito a aerofólio e pedaleiras; desempenho do Renault é melhor
Clio e 206 são consolo para fã de esportivo
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Renault Clio com
um generoso motor
3.0 V6 (seis cilindros em "V") de
255 cv (cavalos)?
Ou um Peugeot 206
2.0 de 180 cv? Sorte de argentinos,
chilenos, franceses, japoneses,
portugueses. Por aqui, a receita
para criar um compacto esportivo
é colocar um motor 1.6 em uma
carroceria de duas portas.
As duas montadoras de origem
francesa usam propulsores 1.6
16V de 110 cv, compartilhados
com versões "comportadas". A
Renault, porém, oferece um torque (força) ligeiramente superior:
são 15,2 kgfm contra 15,0 da Peugeot. De fato, o Clio mostra mais
vigor nas saídas e foi mais rápido
em todas as tomadas de aceleração do teste Folha-Mauá.
O hatchback de São José dos Pinhais (PR) levou 10,03s para acelerar até os 100 km/h, pouco menos que o fluminense de Porto
Real e mais rápido que o Clio Privilège 1.6 testado no ano passado
(11,07s). O 206 precisou de 10,16s.
No entanto, segundo as fábricas, o
206 vai mais longe. Atinge até
198 km/h de máxima, velocidade
que cai para 192 km/h no Clio.
Nas retomadas, o 206 se saiu um
pouco melhor quando estava em
velocidades mais baixas. Para ir
de 40 a 80 km/h, levou 7,17s, contra 7,20s do Clio. Em compensação, quem dirige um Renault espera 15,83s para retomar de 100 a
140 km/h -quase 4s a menos que
no Peugeot, com seus 19,26s.
O Clio também leva vantagem
no consumo. Na cidade, registrou
média de 12 km/l. O 206 roda
11,3 km com um litro de gasolina.
O consumo rodoviário aferido é
de 16,9 km/l para o Clio e de
16,5 km/l no caso do concorrente.
Maquiagem
Quem prefere um visual mais
esportivo vai eleger o 206. Ele tem
soleira de alumínio, pedaleiras esportivas, bancos com detalhes em
couro, manopla do câmbio em
alumínio, ponteira do escapamento cromada, tampa de combustível estilizada e rodas de 14
polegadas -no Clio elas são de
15. Ambos oferecem aerofólio.
A Renault -que também disponibiliza a versão Dynamique
com motor 1.0- vende o principal diferencial estético como acessório nas concessionárias. É preciso pagar R$ 450 (sem mão-de-obra) para ter spoiler frontal e
duas saias laterais. Detalhe: o kit
Sport pode ser instalado em qualquer Clio, inclusive no sedã. Também estão à venda pedaleiras.
Os dois têm airbag duplo, ar-condicionado, direção hidráulica
e vidros elétricos. As portas do
Clio travam automaticamente
quando o velocímetro marca
6 km/h. O comprador do 206 leva
ainda toca-CDs, sensor de chuva,
acendimento automático dos faróis, computador de bordo e retrovisores elétricos.
Não é à toa que o 206 custe mais.
A Peugeot cobra R$ 38.060 -R$
40 a menos que um Ford Focus. O
Clio sai por R$ 34.180 -uma diferença suficiente para completar o
tanque cerca de 42 vezes.
Interior
Nenhum dos dois oferece espaço para quem anda no banco de
trás -pelo menos nesse quesito
eles se equiparam aos legítimos
esportivos. Para facilitar o embarque, os bancos dianteiros correm
pelos trilhos. Mas é uma pena que
o motorista precise ajustar os do
Clio novamente quando voltam à
posição normal.
O painel do "leão" é mais esportivo. Apesar de os dois modelos
usarem fundo branco nos mostradores, a Peugeot enfeita o seu
conta-giros com uma larga faixa
vermelha na casa dos 7.000 giros.
Fãs de duas portas precisam
"engolir" a suposta esportividade
do Rallye, já que as outras versões
1.6 só estão disponíveis com quatro portas. Já o Dynamique -cuja identificação está no interior do
porta-luvas- usa como base o
acabamento do Expression, disponível na carroceria de duas portas apenas com motor 1.0.
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