São Paulo, domingo, 04 de abril de 2004

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HATCHS

Compactos ganharam versões maquiadas, com direito a aerofólio e pedaleiras; desempenho do Renault é melhor

Clio e 206 são consolo para fã de esportivo

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Renault Clio com um generoso motor 3.0 V6 (seis cilindros em "V") de 255 cv (cavalos)? Ou um Peugeot 206 2.0 de 180 cv? Sorte de argentinos, chilenos, franceses, japoneses, portugueses. Por aqui, a receita para criar um compacto esportivo é colocar um motor 1.6 em uma carroceria de duas portas.
As duas montadoras de origem francesa usam propulsores 1.6 16V de 110 cv, compartilhados com versões "comportadas". A Renault, porém, oferece um torque (força) ligeiramente superior: são 15,2 kgfm contra 15,0 da Peugeot. De fato, o Clio mostra mais vigor nas saídas e foi mais rápido em todas as tomadas de aceleração do teste Folha-Mauá.
O hatchback de São José dos Pinhais (PR) levou 10,03s para acelerar até os 100 km/h, pouco menos que o fluminense de Porto Real e mais rápido que o Clio Privilège 1.6 testado no ano passado (11,07s). O 206 precisou de 10,16s. No entanto, segundo as fábricas, o 206 vai mais longe. Atinge até 198 km/h de máxima, velocidade que cai para 192 km/h no Clio.
Nas retomadas, o 206 se saiu um pouco melhor quando estava em velocidades mais baixas. Para ir de 40 a 80 km/h, levou 7,17s, contra 7,20s do Clio. Em compensação, quem dirige um Renault espera 15,83s para retomar de 100 a 140 km/h -quase 4s a menos que no Peugeot, com seus 19,26s.
O Clio também leva vantagem no consumo. Na cidade, registrou média de 12 km/l. O 206 roda 11,3 km com um litro de gasolina. O consumo rodoviário aferido é de 16,9 km/l para o Clio e de 16,5 km/l no caso do concorrente.

Maquiagem
Quem prefere um visual mais esportivo vai eleger o 206. Ele tem soleira de alumínio, pedaleiras esportivas, bancos com detalhes em couro, manopla do câmbio em alumínio, ponteira do escapamento cromada, tampa de combustível estilizada e rodas de 14 polegadas -no Clio elas são de 15. Ambos oferecem aerofólio.
A Renault -que também disponibiliza a versão Dynamique com motor 1.0- vende o principal diferencial estético como acessório nas concessionárias. É preciso pagar R$ 450 (sem mão-de-obra) para ter spoiler frontal e duas saias laterais. Detalhe: o kit Sport pode ser instalado em qualquer Clio, inclusive no sedã. Também estão à venda pedaleiras.
Os dois têm airbag duplo, ar-condicionado, direção hidráulica e vidros elétricos. As portas do Clio travam automaticamente quando o velocímetro marca 6 km/h. O comprador do 206 leva ainda toca-CDs, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, computador de bordo e retrovisores elétricos.
Não é à toa que o 206 custe mais. A Peugeot cobra R$ 38.060 -R$ 40 a menos que um Ford Focus. O Clio sai por R$ 34.180 -uma diferença suficiente para completar o tanque cerca de 42 vezes.

Interior
Nenhum dos dois oferece espaço para quem anda no banco de trás -pelo menos nesse quesito eles se equiparam aos legítimos esportivos. Para facilitar o embarque, os bancos dianteiros correm pelos trilhos. Mas é uma pena que o motorista precise ajustar os do Clio novamente quando voltam à posição normal.
O painel do "leão" é mais esportivo. Apesar de os dois modelos usarem fundo branco nos mostradores, a Peugeot enfeita o seu conta-giros com uma larga faixa vermelha na casa dos 7.000 giros.
Fãs de duas portas precisam "engolir" a suposta esportividade do Rallye, já que as outras versões 1.6 só estão disponíveis com quatro portas. Já o Dynamique -cuja identificação está no interior do porta-luvas- usa como base o acabamento do Expression, disponível na carroceria de duas portas apenas com motor 1.0.


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