São Paulo, domingo, 04 de abril de 2004

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SEDÃ

Apesar de custar a partir de R$ 395 mil, 26 unidades do modelo britânico chegam ao Brasil praticamente vendidas

Linhas tradicionais ocultam tecnologia do novo Jaguar XJ

FREE-LANCE PARA A FOLHA

No Salão de Paris de 2002, diretores da Jaguar "babavam" ao mostrar a sétima geração do XJ, que representa mais da metade de todos os modelos já feitos pela empresa. A idéia era causar inveja na concorrência, com corpo de alumínio e tecnologia abundante.
Quase dois anos depois, o felino chega ao Brasil. Mas não adianta ter pressa. Há uma lista com 26 nomes interessados -na maioria quem tinha um XJ antigo. Seis já devem estacionar o seu na garagem neste mês, e a previsão é vender mais 20 carros até dezembro.
Além de o Brasil não ser um mercado prioritário, a marca britânica decidiu esperar para importar as três versões de uma só vez. São dois motores, ambos 4.2 V8 (oito cilindros em "V"). O de entrada -que custa R$ 395 mil - é aspirado e gera 300 cv. As versões Super V8 (R$ 500 mil) e R (R$ 440 mil) receberam um compressor e têm 100 cv a mais.
Com a carroceria de alumínio e o câmbio automático de seis velocidades, acelerar até os 100 km/h leva apenas 5,3 segundos -6,6s no XJ8. O Audi A8, também com carroceria de alumínio e 335 cv, requer 7,09s, segundo teste Folha-Mauá publicado em agosto. Em todos os casos, a velocidade máxima é limitada a 250 km/h.

Tecnologia
A Jaguar considera que o novo XJ é o carro mais moderno que já produziu. A carroceria é 200 quilos mais leve e 60% mais rígida, e suas peças são unidas com epóxi, como nos aviões. A transmissão pesa 12% a menos e tem uma redução de peças de 30%. O painel fica numa estrutura de magnésio.
É de série a suspensão a ar que se ajusta automaticamente. Em altas velocidades, ela desce 1,5 cm para melhorar a estabilidade. Já a CATS (suspensão de tecnologia ativa computadorizada) altera eletronicamente a calibragem dos amortecedores conforme o piso e a pressão no acelerador.
O freio de mão é eletrônico, o que dispensa a alavanca. Além do já tradicional ABS (antitravamento), o XJ conta com o EBA, que percebe se o motorista está pisando fundo no pedal de freio e proporciona força adicional se for necessário. Também há controle de tração e dinâmico de estabilidade.
Sensores conseguem detectar a posição e o peso dos passageiros antes de acionar os airbags. Tudo isso para as bolsas abrirem de forma a não machucar quem viaja a bordo do luxuoso sedã.

Conforto interno
O interior está mais espaçoso, e o porta-malas teve a capacidade de carga ampliada para 470 litros, 27% a mais que a geração anterior. Os bancos dianteiros podem ser postos em 16 posições. Além da coluna de direção, é possível ajustar a distância dos pedais.
Na versão Super V8, o XJ oferece sistema multimídia, com telas atrás dos encostos de cabeça dianteiros. Quem vai na frente pode ouvir um CD, enquanto os passageiros traseiros jogam videogame com fone de ouvido. Tudo parece pensado para manter o silêncio.
Ao passar por uma poça de água, é quase imperceptível o ruído do líquido batendo no assoalho. Uma blindagem vai "calar" até as gotas no pára-brisa, mas acaba com a arte dos engenheiros.
Curioso? Até 12 de abril, o XJ fica exposto no shopping Iguatemi (zona oeste de São Paulo).
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM)


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