São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009 |
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Monólogo em Interlagos
Subaru Impreza WRX protagoniza espetáculo no autódromo e deixa Honda Civic Si "falando sozinho"
FABIANO SEVERO EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS Giuliano Losacco começa o teste assim: "Este carro é um trator. Encara tudo e não quebra". "Este carro" é o Subaru Impreza WRX, xodó há anos da marca japonesa nos ralis. Ninguém melhor que o bicampeão de Stock Car (2004 e 2005) para avaliar o Subaru. Não só por ser piloto, mas por já ter tido duas peruas WRX. Então, já para o autódromo. O carro chega em Interlagos com plástico nos bancos esportivos e pouco mais de cem quilômetros rodados. Losacco olha para os pneus 205/50 R17 com "cabelinho" e pergunta: "Vamos mesmo para a pista?". Claro, foi de lá que o carro saiu e é lá que ele se sente à vontade. O Subaru, absoluto, atravessa os boxes sob o olhar atento de pilotos que treinavam num Mégane. Todos queriam assistir de camarote o show na pista. Logo na saída dos boxes, Losacco diz sentir saudade do motor 2.5 "boxer" (cilindros deitados e contrapostos) e da tração integral. Pudera: ele trocou seu WRX por um Civic automático. "É "flex" e confortável", opina. E logo esquece daquela explicação ao contornar a curva do Lago em alta velocidade. Calejado, ele tira o pé na subida do Laranjinha. "Vamos esquentar primeiro os pneus e os freios." Um Subaru talvez nunca tenha andado tão devagar pelo miolo de Interlagos. Ele entra no Bico de Pato a 50 km/h com o conforto e o silêncio de um Corolla "careta". É a prova de que o WRX pode ser usado todos os dias sem parcimônia. Uma, duas, três curvas e estamos na subida da Junção, também conhecida pela manobra desastrada do piloto de F-1 Timo Glock, que tirou de Felipe Massa -e deu a Lewis Hamilton- o título de 2008. Tração integral Sem chuva, o WRX sobe a Junção em segunda marcha rezando para encher quatro cilindros de felicidade -e gasolina. "Nossa, tinha esquecido como esses carros têm força em baixa [rotação]", lembra o piloto, já perto dos 6.000 rpm e na iminência de jogar a terceira. O Subaru passa na frente dos boxes a 180 km/h, e Losacco esquece de vez de seu Civic. Aliás, pelo retrovisor, bem longe, é possível ver o Civic Si tentando acompanhar o WRX na "volta de apresentação". Passa a linha de chegada e já dá para avistar o "S" do Senna se aproximando. Os 230 cv do Subaru já empurram o carro a 200 km/h. E tome freio ABS... Logo na entrada da primeira curva do "S", o Subaru começa a escorregar de traseira. A carroceria inclina bastante, e a frente já aponta para o "guard rail" de dentro. "Olha o Subaru girando sobre o próprio eixo", comenta Losacco, num instante que provoca o acelerador. A tração integral nas quatro rodas conserta a trajetória do carro, como num passe de mágica. Uma volta no volante de três raios é o suficiente para entrar na segunda curva do "S". E o Civic Si ali atrás, só aplaudindo o monólogo que o Subaru protagoniza. Mas o Civic também quer brilhar nesse show. Próximo Texto: Civic Si é carro de corrida, e Subaru, bom para o dia a dia Índice |
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