São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009

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Civic Si é carro de corrida, e Subaru, bom para o dia a dia

DA REPORTAGEM LOCAL

O Subaru Impreza WRX esfria os freios a disco nas quatro rodas, termina a volta devagar e segue para os boxes, com a certeza do dever cumprido.
É a vez do Honda Civic Si mostrar serviço. Por fora, ele impressiona menos que o Subaru. Não tem aquela entrada de ar enorme no capô para alimentar o "intercooler" (resfriador de ar) nem os dois escapamento embutidos sob discretos defletores de ar traseiros.
No Civic, há uma única ponteira ovalada de escape, mas com ronco mais encorpado e emocionante que o do Subaru.
O piloto Giuliano Losacco ajusta a posição do banco, ainda mais esportivo -e firme- que o do WRX. A posição de guiar do Honda é de tirar o chapéu.
Pé na embreagem e surge a primeira diferença: o pedal é bem mais duro que o do Impreza. Num engarrafamento, é o intervalo entre ficar estressado e desejar o tal Civic automático de Losacco. Mas, no autódromo de Interlagos, a proposta é outra. Nada de carro, moto, poste ou caminhão de lixo à frente para atrapalhar a brincadeira.
Pelo rádio, Losacco tem a permissão para entrar na pista. Na troca de primeira para segunda marcha, o motor está a 3.000 rpm. Ele afunda o pé no acelerador e logo o ponteiro acusa 6.000 rpm. Entra em ação o comando i-Vtec, que regula a abertura e o fechamento das válvulas do motor e faz as vezes de um miniturbo.
De repente, o motor 2.0 16V (192 cv) abre um berro de ecoar nas paredes da reta oposta e vai assim até cortar a injeção, a incríveis 8.500 rpm, sem dar bola para o "shift light" piscando desesperadamente e implorando por uma troca de marcha. Coisa de louco, engenharia pura.
Surge então o segundo e definitivo comentário: "Isso aqui é um carro de corrida, sem tirar nem pôr". Losacco se certifica assim que, a 175 km/h, freia forte e aponta o Si para a curva do Lago. O Civic não entorta nada. A suspensão é tão dura que, do jeito que o sedã vem na reta, entra naquela curva.

Derrapando
A direção com assistência elétrica -no Subaru é hidráulica- é rápida e precisa como a de um BMW M3 antigo. Faz você esquecer que pode levar três adultos no banco traseiro forrado de tecido preto com costuras vermelhas -os dianteiros ainda trazem o logotipo "Si".
A 120 km/h, saindo da curva Chico Landi, o Civic faz um barulho estranho nas rodas e expõe a figura de um carrinho derrapando no painel. É o prenúncio do controle de estabilidade (a Honda chama de VSA), algo que a Subaru deixou de colocar no WRX.
Na estrada, o VSA conserta a trajetória do carro e salva vidas; no autódromo, acaba com a graça das curvas fechadas. Trava demais o carro assim que os pneus 215/45 R17 começam a espernear. Losacco aperta o botão à esquerda e desliga o sistema antes de chegar ao Laranjinha. E sobe a curva com tudo.
O Si faz o Bico de Pato em segunda marcha e "escala" a zebra do Pinheirinho com desenvoltura impressionante. Parece estar no quintal de casa.
Duas curvas depois, desce o Mergulho e reforça ainda mais a máxima de Losacco: "Para Interlagos, o Civic Si é nota dez. Para o dia a dia, o Subaru é bem melhor de usar".
(FABIANO SEVERO)

As montadoras cederam os carros para teste


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