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Civic Si é carro de corrida, e Subaru, bom para o dia a dia
DA REPORTAGEM LOCAL
O Subaru Impreza WRX esfria os freios a disco nas quatro
rodas, termina a volta devagar e
segue para os boxes, com a certeza do dever cumprido.
É a vez do Honda Civic Si
mostrar serviço. Por fora, ele
impressiona menos que o Subaru. Não tem aquela entrada
de ar enorme no capô para alimentar o "intercooler" (resfriador de ar) nem os dois escapamento embutidos sob discretos
defletores de ar traseiros.
No Civic, há uma única ponteira ovalada de escape, mas
com ronco mais encorpado e
emocionante que o do Subaru.
O piloto Giuliano Losacco
ajusta a posição do banco, ainda
mais esportivo -e firme- que
o do WRX. A posição de guiar
do Honda é de tirar o chapéu.
Pé na embreagem e surge a
primeira diferença: o pedal é
bem mais duro que o do Impreza. Num engarrafamento, é o
intervalo entre ficar estressado
e desejar o tal Civic automático
de Losacco. Mas, no autódromo
de Interlagos, a proposta é outra. Nada de carro, moto, poste
ou caminhão de lixo à frente
para atrapalhar a brincadeira.
Pelo rádio, Losacco tem a
permissão para entrar na pista.
Na troca de primeira para segunda marcha, o motor está a
3.000 rpm. Ele afunda o pé no
acelerador e logo o ponteiro
acusa 6.000 rpm. Entra em
ação o comando i-Vtec, que regula a abertura e o fechamento
das válvulas do motor e faz as
vezes de um miniturbo.
De repente, o motor 2.0 16V
(192 cv) abre um berro de ecoar
nas paredes da reta oposta e vai
assim até cortar a injeção, a incríveis 8.500 rpm, sem dar bola
para o "shift light" piscando desesperadamente e implorando
por uma troca de marcha. Coisa
de louco, engenharia pura.
Surge então o segundo e definitivo comentário: "Isso aqui é
um carro de corrida, sem tirar
nem pôr". Losacco se certifica
assim que, a 175 km/h, freia
forte e aponta o Si para a curva
do Lago. O Civic não entorta
nada. A suspensão é tão dura
que, do jeito que o sedã vem na
reta, entra naquela curva.
Derrapando
A direção com assistência
elétrica -no Subaru é hidráulica- é rápida e precisa como a
de um BMW M3 antigo. Faz você esquecer que pode levar três
adultos no banco traseiro forrado de tecido preto com costuras vermelhas -os dianteiros
ainda trazem o logotipo "Si".
A 120 km/h, saindo da curva
Chico Landi, o Civic faz um
barulho estranho nas rodas e
expõe a figura de um carrinho
derrapando no painel. É o
prenúncio do controle de estabilidade (a Honda chama de
VSA), algo que a Subaru deixou
de colocar no WRX.
Na estrada, o VSA conserta a
trajetória do carro e salva vidas;
no autódromo, acaba com a
graça das curvas fechadas. Trava demais o carro assim que os
pneus 215/45 R17 começam a
espernear. Losacco aperta o botão à esquerda e desliga o sistema antes de chegar ao Laranjinha. E sobe a curva com tudo.
O Si faz o Bico de Pato em segunda marcha e "escala" a zebra do Pinheirinho com desenvoltura impressionante. Parece
estar no quintal de casa.
Duas curvas depois, desce o
Mergulho e reforça ainda mais
a máxima de Losacco: "Para Interlagos, o Civic Si é nota dez.
Para o dia a dia, o Subaru é bem
melhor de usar".
(FABIANO SEVERO)
As montadoras cederam os carros para teste
INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092
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