São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2010

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Cara a cara com o Stock Car

Folha acelera com exclusividade um carro da equipe AMG Motorsport, uma das favoritas ao título da Corrida do Milhão, hoje, em Interlagos

FABIANO SEVERO
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS

Um estrondo toma conta do boxe 15. É o mecânico, com uma bateria a tiracolo, despertando o Stock Car 51.
A moça do cafezinho toma um susto tão grande que quase deixa a bandeja cair.
Era só a primeira emoção da terça-feira passada no autódromo de Interlagos. A Folha estava lá, de capacete e tudo, para acelerar um carro de corrida de verdade.
O piloto Átila Abreu, líder da Stock, foi o anfitrião.
Enquanto a moça equilibrava o cafezinho, ele, sentado na soleira de fibra do carro, dava dicas antes de este repórter encarar os 4.309 m.
Acredite: conselho nunca é demais. A equipe AMG Motorsport cedeu o carro que, em 2008, aposentou o então piloto Ingo Hoffmann, agora diretor esportivo. Pelo regulamento, o Stock que corre hoje, às 10h50, fica com motor lacrado entre as corridas.
Não faria tanta diferença para quem andou num Stock ainda na era Vectra.
"A vantagem do novo Stock está no motor e no câmbio", diz Abreu. O carro de 2008 usava um 5.7 V8 (450 cv) com carburador e gasolina. Neste ano, rodam com álcool e injeção eletrônica.
"Com "push-to-pass" [borboletas do acelerador que se abrem para ganho de potência], o motor V8 vai de 520 cv para 580 cv." No fundo, é reconfortante saber que 130 cv (a potência do Punto 1.8 E.torQ) é a fronteira entre o céu e o inferno.
Isso porque, entre tubos de molibdênio, a temperatura da cabine chega a 60C, o limite suportado pelo ser humano antes de desmaiar.
Hoffmann, o maior vencedor da Stock (12 títulos), avisa: "O freio não tem servo [assistência hidráulica]. Você precisa dar uma pancada no pedal, sem medo de travar".
O banco concha fica mais recuado, para melhorar o centro de gravidade do carro -são só 1.310 kg com piloto.
Para entrar, um malabarismo: perna direita no assoalho, abaixa a cabeça, senta e, se der, puxe a outra perna.
Sem o volante, é claro. A posição é baixa e a alavanca de câmbio está a centímetros da mão. É hora de acelerar...


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