São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2010

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Uma acelerada precoce faz Stock rodar sem avisar

O peso reduzido e a força brutal nas rodas traseiras criam uma fera indócil

Segundo os pilotos, um dos segredos é perceber quando o Stock para de rolar e começa a escapar na entrada da curva

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Escape do motor V8 sai na lateral, em meios às saias

DE SÃO PAULO

Na saída dos boxes, a única coisa que vinha à cabeça era a frase proferida por Ingo Hoffmann minutos antes: "Guiar um Stock Car é como sexo de porco-espinho: sempre com muito cuidado".
Cuidado, nesse caso, significa também delicadeza na pilotagem. Direção, acelerador, câmbio. Tudo é direto.
Uma manobra exagerada faz o Stock rodar. Que o diga o Bico de Pato, em Interlagos.
Na primeira freada para reduzir de quarta para segunda marcha, a traseira escorregou de uma vez, sem avisar.
Na grama, o jeito foi acionar a ignição, à esquerda do banco, e voltar como quem quer manter o carro na pista.
Três, quatro curvas e o cockpit começava a "fritar", mesmo na reta dos boxes.
Na freada para o "S" do Senna, a marcha cai de quinta para segunda, numa profusão de sons metálicos da embreagem e do câmbio sequencial argentino Saenz.
"No novo Stock, subo e desço as marchas sem usar o pedal de embreagem", diz o piloto Átila Abreu, que aproveita e freia com o pé esquerdo. O câmbio agora é o inglês X-Trac, de seis marchas.

"REBOLATION"
Uma a mais, uma a menos, não faria a diferença naquela hora. O importante era acertar as reduções enquanto o Stock "rebolava" na freada.
"É preciso "feeling" [sensibilidade] para sentir quando o carro para de rolar e começa a escapar na curva", afirma. Mais verídico ainda com pneus 285/645 R18 bem usados. O jogo "meia-vida" do Stock 2010 vai parar no 2008.
Depois de quatro voltas, o erro: o excesso de confiança, quando você acha que fez as pazes com algo irrequieto.
Na Curva do Lago, as pinças Wilwood freiam o carro de 200 km/h para 100 km/h. Ele entra na curva à esquerda com aderência total e apoia os pneus na zebra externa.
Ali, uma aceleração precoce faz as rodas de trás despejarem muita força e giram a traseira rapidamente em direção à proteção de pneus.
Baque! O Stock acerta o muro interno e o capô de fibra voa longe. Aterrissa antes de o carro dar o giro de 360.
Um susto e um alívio. Em saber que a gaiola é uma fortaleza para os 35 pilotos da corrida de hoje, às 10h50. (FS)


A equipe AMG cedeu o Stock Car para teste

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