São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2010

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Miniatura tem preço de automóvel

Colecionador paga R$ 120 mil por carrinho; designer da Hot Wheels mostra como seria o Gol

Na convenção da Hot Wheels, fãs disputam série limitada, que tem valorização maior quea da Bolsa de Valores

FELIPE NÓBREGA
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

Assim que se abre o portão da 3ª Convenção Anual de Colecionadores de Hot Wheels, em agosto, um grupo de marmanjos se acotovela e corre para um quiosque.
De longe, parece sessão de autógrafo de astro pop. Mas o cartaz avisa que cada um poderia comprar só duas unidades de cada miniatura personalizada para o evento.
Ali, todos sabem que a série de três carrinhos (R$ 30 cada um) pintados com as cores do Brasil não será comercializada nas lojas.
"Isso transforma a Drag Bus, o Fastback 65 e o Deco Delivery em peças raras. Fora daqui, o preço vai multiplicar", prevê o colecionador Mário Estivalet, 57, que saiu de São Paulo e comprou seis.
Dono de aproximadamente 11 mil miniaturas, ele aproveita o encontro para trocar os repetidos com os colegas.
Carrinhos raros são negociados, em média, por R$ 50 -cerca de dez vezes mais do que custaram na loja.
O investimento, que rende mais do que a Bolsa de Valores, é visto como secundário por alguns colecionadores, que preferem exibir as preciosidades como um troféu.
Mas nada se compara aos US$ 72 mil (R$ 120 mil) pagos, nos EUA, pelo Beach Bomb (1969), uns dos primeiros Hot Wheels.
Desde os anos 60, a marca líder do segmento já lançou no mundo mais de 10 mil modelos, entre réplicas e criações próprias.

NEGÓCIO
O americano Brian Hill, 48, era um dos 2.000 visitantes da convenção. Sua coleção de 60 mil miniaturas é estimada em R$ 600 mil.
"Vim garimpar preciosidades, já que o número de aficionados no Brasil está crescendo [só perde para o dos EUA]", conta o empresário, que hoje vive da compra e venda de carrinhos de ferro.
Já o garoto Lian Konig, 8, diz ser diferente de outros colecionadores. "Gosto de brincar com meus Hot Wheels."
Com "apenas" 2.000 miniaturas, sua preferida é a Kombi. "É igual à do meu pai. É legal poder entrar e passear de verdade", compara.


O jornalista viajou a convite da Mattel

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