São Paulo, domingo, 05 de outubro de 2008

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Paris elétrica

Um dos salões mais visitados do mundo se volta a carros movidos a eletricidade para combater gasolina cara

José Augusto Amorim/Folha Imagem
Honda Insight usa motor elétrico e a combustão para deter o Toyota Prius


JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A PARIS

Que palavras você associa a Paris? Moda, luxo, luzes? Ao celebrar 110 anos de seu salão de automóveis, é bom acrescentar eletricidade -e não é a que faz brilhar a cidade luz.
A eletricidade se tornou a opção mais comum para a gasolina cara. E, em modelos urbanos, como o smart fortwo, seu maior inconveniente -a baixa autonomia- nem é notado. Há 200 desses smart rodando em Berlim e Londres, que dispensou esses carrinhos de dois lugares de pagar pedágio para circular no centro.
Com produção prevista para 2009, o fortwo tem bateria de lítio com dimensões e tempo de carga reduzidos, diz a smart.
Já a Honda ressuscitou um nome de 1999 para mostrar o Insight, que será produzido no ano que vem. Agora há espaço para cinco pessoas -antes levava duas-, e, segundo o presidente mundial da empresa, Takeo Fukui, ele é tão econômico quanto o Civic híbrido, mas custará um pouco menos.
Sem dar detalhes, Fukui anunciou que o Fit, reestilizado na Europa, terá uma versão com motor a gasolina e outro elétrico. A Honda quer vender 500 mil híbridos por ano.
Com apenas três metros de comprimento, o Nissan Nuvu usa material reciclado e uma "árvore" no teto, que dá sombra aos três passageiros. Sua bateria de lítio permite uma velocidade máxima de 120 km/h e uma autonomia de 125 km.
Um carro elétrico, porém, não precisa ser necessariamente pequeno. A Mercedes-Benz revelou a versão híbrida do Classe S, o primeiro a receber as inovações tecnológicas.
Para reduzir emissões, o S 400 BlueHybrid tem um motor V6 (seis cilindros em "V") de 279 cv (cavalos) e outro elétrico de 20 cv. Faz 12,7 km/l -o S 350, no qual é baseado, consome 6,9 km/l, segundo a marca.

Pequenos
Com a estimativa de que 70% da população européia viva em cidades em 2015, as montadoras correm para ter modelos compactos, mesmo a gasolina.
A Toyota roubou a cena em Paris com o iQ, um subcompacto como o smart, mas que leva quatro pessoas. O motor 1.0 de 60 cv "empurra" seus 2,99 m.
Se parece frágil, a lista de equipamentos deixa o condutor tranqüilo -há freios com ABS (antitravamento) e EBD (distribuição da frenagem), além de airbags para a cabeça.
Maior que o iQ, mas sem perder o ar de carro "divertido", é a Citroën C3 Picasso, cuja produção em Porto Real (RJ) está confirmada para 2010. Ela é 23 cm mais comprida que o C3 e aqui terá estilo "off-road", com estepe na tampa do bagageiro.
A C3 Picasso, porém, não quer parecer uma minivan.
Contraditório? Menos do que um dos salões de carro mais visitados do mundo ficar numa cidade em que apenas a metade da população tem automóvel e o usa para ir às compras.


JOSÉ AUGUSTO AMORIM viajou a convite da Anfavea

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