Faróis e lanternas podem ser restaurados, mas é preciso cuidado para não desregular luzes


MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

É comum que pequenas batidas ou pedras quebrem faróis e lanternas. Substituí-los pode causar calafrios, ainda mais se o motorista faz questão da grife da concessionária. No caso de um Honda CR-V, a peça custa R$ 1.087. Para economizar, a saída é a recuperação.
O advogado Fernando Oliveira, 28, optou pela restauração para arrumar sua Fiat Palio Weekend. "No começo do ano, bateram no carro, e o farol direito ficou inteiro danificado. Fiz orçamentos e preferi recuperar. Paguei R$ 120 e não tenho do que reclamar."
Se fosse a uma autorizada da Fiat, Oliveira desembolsaria R$ 365,42 apenas pela peça. A mão-de-obra lhe custaria outros R$ 70.
Mas não é sempre que a restauração é o mais indicado, como explica Lázaro Moraes, coordenador de desenvolvimento da Nuno Faróis. "Até entendo que seja possível fazer um bom serviço, mas não dá para indicar isso para o cliente. Às vezes, o simples manuseio do refletor pode danificar a metalização do farol", exemplifica.
Consciente das limitações de sua função, Helio Souza, 38, dono da Autopeças Kimba, explica que seus clientes têm noção do que é possível -ou não- ser feito: "Muitas vezes, as pessoas chegam com os faróis destruídos. Nesses casos, realmente não dá para restaurar".
Outro problema da recuperação é que, se ela não for feita corretamente, poderá resultar em problemas elétricos ou na má regulagem da luz, exatamente o temor do advogado Reis Ferreira da Silva, 52.
Seu Fiat Palio precisou de faróis e lanternas novos -além de um outro pára-brisa. O pacote saiu por R$ 240 na concessionária. "Achei perigoso restaurar e não ficar bom. E eu ainda poderia ser multado."
De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a multa por transitar com o farol desregulado ou com o facho de luz alto ofuscando os demais motoristas é de R$ 127,69. São cinco pontos na carteira de habilitação, e o veículo é retido para regularização.

Exceção
Nem sempre a alternativa mais barata é possível. Para marcas menos comuns no Brasil, em geral as que não têm fábrica no país, os mecânicos recomendam comprar a peça original numa concessionária.
O representante comercial Vasco Crevatin, 52, não achou o farol de seu Volvo S40 fora da revenda e teve de desembolsar R$ 1.700. E cada um dos piscas custava R$ 250.
"Esses eu até achei no "paralelo", mas por um preço muito similar. Então preferi comprar os originais", conta ele.