São Paulo, domingo, 08 de julho de 2007

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Após 50 anos, Fiat traz Cinquecento mais potente e caro

Inspirado no original, compacto do pós-guerra foi refeito para vender a idéia de uma fábrica lucrativa

José Augusto Amorim/Folha Imagem
Fabricado na Polônia, o 500 tem um porta-malas de 185 litros,
capacidade idêntica à do Ford Ka


JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A TURIM

Muito mais do que um novo carro, a Fiat quer vender emoção e a imagem de que sua crise financeira já terminou. E o mensageiro é o 500, modelo relançado no dia 4, exatamente 50 anos após a sua primeira versão italiana.
O compacto deve ter metade das vendas -estimadas em 120 mil unidades por ano- na Itália. Durante a avaliação da Folha, houve quem saísse de sua Vespa para olhá-lo de perto.
Nas primeiras oito horas em que foi oferecido, recebeu 10 mil encomendas. As primeiras entregas estavam previstas para sexta-feira, e a França deve receber o 500 em 45 dias.
Nenhum outro país tem data prevista para a sua chegada -a ida à América Latina, assim como a produção no Brasil, está fora dos planos da Fiat.
É claro que 50 anos fizeram o carro mudar sensivelmente. Usando a arquitetura mecânica do Panda, o 500 tem três opções de motor: uma a diesel e duas a gasolina (1.2 e 1.4).
Se comparadas as potências, a diferença é gritante. O primeiro motor, que tinha 569 cm3 de cilindrada, gerava 17 cv (cavalos). Uma outra versão produzida nos anos 90 oferecia 30 cv. Hoje, com os propulsores a gasolina, gera de 69 cv a 100 cv.
Sem a necessidade de economizar tanto aço e sem a preocupação de oferecer um carro tão barato, as dimensões também cresceram. Com 3,55 m de comprimento, o 500 de hoje é 30,1 cm mais longo que a versão do pós-guerra.
A Fiat afirma que o 500 herda a pequeneza e a acessibilidade econômica do 500 de outrora, também conhecido como Topolino, por lembrar o desenho do Mickey Mouse.

Retrô
Tampouco se diz preocupada com o volume de vendas por querer comercializar o momento em que vive. O Punto seguirá como o modelo mais vendido da Fiat na Itália.
Isso justificaria lançar o 500 só agora, quando a fase retrô parece já não estar mais no seu ápice. Ainda em produção, o Volkswagen New Beetle, o Mini Cooper e o Chrysler PT Cruiser também se valem de suas tradições, mas foram apresentados no fim do século passado.
O 500 perde a função de ser o modelo mais barato da Fiat. Se, quando lançado na década de 50, custava o equivalente a 7.000, hoje teve um valor estabelecido de 10,5 mil, chegando a 14,5 mil. O Panda é 1.000 mais em conta.
O preço do novo 500 também é superior ao de outros subcompactos como o smart fortwo ( 9.350) e o Ford Ka, vendido na Itália por 9.000.
Focado num novo conceito de consumo -mais simples e qualitativo-, o 500 traz de série sete airbags e, na versão 1.4, ESP (controle de estabilidade). Pode ser configurado de 549.936 maneiras diferentes, contando possibilidades como 19 adesivos e três perfumes.
A fábrica defende ter cumprido sua promessa de bater a qualidade dos carros japoneses. Também lembra que, usando técnicas como projeto feito em computador, e não moldes, apresentou o carro definitivo em 19 meses, aproximando-se dos orientais.
Para o Salão de Tóquio, em outubro, haverá uma versão esportiva Abarth para o 500. O ratinho vai correr pelo mundo.

JOSÉ AUGUSTO AMORIM viajou a convite da Fiat, que cedeu o carro para avaliação


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