São Paulo, domingo, 08 de novembro de 2009

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Fiat 500 pode virar nacional em 2010 e ficar com preço atrativo

Importado da Polônia, compacto parte de R$ 63 mil; plano é fazê-lo no Brasil para exportar para os EUA

FELIPE NÓBREGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Sabe aquela sensação de dirigir um carro acima da média do segmento? Assim é guiar o clássico Fiat 500 (Cinquecento, para os italianos).
O citadino é confortável, transmite segurança e não decepciona quando exigido no trânsito. Além disso, seu visual retrô, inspirado no ícone e homônimo de 1957, simpatiza.
No entanto, o preço a partir de R$ 62.870 -equivalente ao de um Honda Civic- parece um disparate para um compacto sem maiores pretensões.
Nem os freios a disco nas quatro rodas com controle de estabilidade ou os sete airbags convencem a calculadora.
A baixa expectativa de vendas -250 unidades mensais- mostra que até a montadora concorda com a tese de que o pequeno cobra pela exclusividade. E, por ser importado da Polônia (em euro), nem poderia ser muito diferente.
Mas a tentativa da Fiat de salvar a falida Chrysler nos EUA pode mexer no preço do Cinquecento. É que o novo presidente da montadora americana, o italiano Sergio Marchionne, na última quarta-feira, anunciou um plano de reestruturação, que inclui a fabricação do 500 nas Américas.
A previsão é para o final de 2010. O executivo, porém, faz suspense quanto ao local da produção. "Temos capacidade de fabricá-lo no México, no Brasil ou na Argentina."
E como o Brasil tem acordo comercial bilateral e não paga Imposto de Importação sobre os carros mexicano e argentino, a tendência é que o Cinquecento tenha a tabela reduzida aqui no próximo ano.
Ainda como parte da estratégia, a Fiat vai fornecer tecnologia para renovar todos os produtos das marcas Chrysler, Dodge e Jeep até 2012.
Serão incluídos na gama sedãs econômicos e utilitários compactos. Até o sistema bicombustível dos Fiat brasileiros será aproveitado.

Sem pressa
Se o Fiat 500 com seus 3,5 m de comprimento vai dar certo nos EUA, país dominado por veículos grandalhões e potentes, ainda é uma incógnita.
Em São Paulo, durante o teste Folha-Mauá, o modelo despertou curiosidade, compensando, pelo menos para motoristas exibicionistas, o comportamento insosso do motor 1.4 (100 cv) em baixas rotações.
A solução para aumentar a adrenalina é pisar fundo no acelerador. Mas, aí, o consumo de gasolina dispara e sai da média urbana, que é de 9 km/l.
Mas, definitivamente, o 500 não é para quem tem pressa, e sim irreverência. Seu interior, por exemplo, pode ser decorado com bancos de couro vermelho e branco. Por fora, é possível equipá-lo com faixas e rodas diamantadas de aro 15.
Chato, só o computador de bordo. Ele apita por tudo, até se você tentar engatar uma marcha errada do pseudo-câmbio automatico Dualogic (opcional) ou mesmo desligar o carro.


A Fiat cedeu o 500 para teste

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092


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