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MECÂNICA
Motor de alta compressão está propenso a "bater pino"
DO "AGORA"
No que depender dos mecânicos independentes, vai
gerar polêmica a inovação
que a Volkswagen aplicou no
motor 1.0 do Gol para que a
potência aumentasse, com
álcool, de 68 cv (cavalos) para 71 cv. A estratégia adotada
-elevar a taxa de compressão- é semelhante à usada
pela Chevrolet no propulsor
VHC (sigla inglesa para compressão muito alta). Ele é criticado por apresentar ruídos
e "batidas de pino".
A taxa de compressão é o
índice que mede quantas vezes o volume da câmara de
combustão é comprimido
antes de a mistura entre o ar
e o combustível explodir. Taxas mais altas aumentam a
potência e reduzem o consumo, mas há limites.
"Com a gasolina brasileira,
a queima no motor VHC não
é bem-feita", diz Antônio
Gaspar, 48, diretor do Sindirepa-SP (sindicato da reparação). Ele diz que a gasolina
não queimada acaba formando depósitos no pistão, que,
com o tempo, transformam-se numa película de carvão.
Essa sujeira, bastante dura
e de difícil remoção, reduz o
volume da câmara de combustão. "A taxa de compressão, já elevada no VHC, aumenta ainda mais, desestabilizando a queima e produzindo "batidas de pino" [a explosão ocorre no momento incorreto e força as peças]."
A Chevrolet admite ruídos,
mas tem outra explicação.
"Não existe "batida de pino".
O que há é um barulho na
primeira partida do dia", diz
Roberto Yano, 46, gerente de
engenharia de produtos da
GM-Powertrain.
"Um lote de pistões fora
das especificações foi instalado nos carros, mas o problema já foi detectado e corrigido." Ele não sabe dizer
quantos Corsa e Celta têm o
defeito, mas diz que quem
enfrentar o problema deverá
procurar uma autorizada.
A Volkswagen diz ter feito
todas as alterações para que
não surjam pontos quentes,
que favorecem as "batidas de
pino". "Além disso, com álcool, não existe a formação
de carbonização", afirma Roger Guilherme, 37, supervisor de engenharia da VW.
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