São Paulo, domingo, 09 de julho de 2006

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MECÂNICA

Motor de alta compressão está propenso a "bater pino"

DO "AGORA"

No que depender dos mecânicos independentes, vai gerar polêmica a inovação que a Volkswagen aplicou no motor 1.0 do Gol para que a potência aumentasse, com álcool, de 68 cv (cavalos) para 71 cv. A estratégia adotada -elevar a taxa de compressão- é semelhante à usada pela Chevrolet no propulsor VHC (sigla inglesa para compressão muito alta). Ele é criticado por apresentar ruídos e "batidas de pino".
A taxa de compressão é o índice que mede quantas vezes o volume da câmara de combustão é comprimido antes de a mistura entre o ar e o combustível explodir. Taxas mais altas aumentam a potência e reduzem o consumo, mas há limites.
"Com a gasolina brasileira, a queima no motor VHC não é bem-feita", diz Antônio Gaspar, 48, diretor do Sindirepa-SP (sindicato da reparação). Ele diz que a gasolina não queimada acaba formando depósitos no pistão, que, com o tempo, transformam-se numa película de carvão.
Essa sujeira, bastante dura e de difícil remoção, reduz o volume da câmara de combustão. "A taxa de compressão, já elevada no VHC, aumenta ainda mais, desestabilizando a queima e produzindo "batidas de pino" [a explosão ocorre no momento incorreto e força as peças]."
A Chevrolet admite ruídos, mas tem outra explicação. "Não existe "batida de pino". O que há é um barulho na primeira partida do dia", diz Roberto Yano, 46, gerente de engenharia de produtos da GM-Powertrain.
"Um lote de pistões fora das especificações foi instalado nos carros, mas o problema já foi detectado e corrigido." Ele não sabe dizer quantos Corsa e Celta têm o defeito, mas diz que quem enfrentar o problema deverá procurar uma autorizada.
A Volkswagen diz ter feito todas as alterações para que não surjam pontos quentes, que favorecem as "batidas de pino". "Além disso, com álcool, não existe a formação de carbonização", afirma Roger Guilherme, 37, supervisor de engenharia da VW.


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