São Paulo, domingo, 09 de julho de 2006

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Acessório de "rua" atrai por preço menor que de revenda

Variação passa de 100%; fábrica tira garantia de quem tem peça externa

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Estimado em R$ 3,5 bilhões anuais, o mercado de acessórios no Brasil tende a crescer ainda mais. Apenas a General Motors, a pioneira em oferecê-los nas concessionárias, faturou, em 2005, R$ 150 milhões com eles e espera um crescimento de 40% neste ano.
Mas fica a dúvida: procurar uma autorizada ou uma loja independente? Os preços que a Folha encontrou nos independentes têm variações que vão de 10% a mais de 100% em relação aos achados nas revendas.
Para instalar um aparelho de DVD em seu Volkswagen CrossFox, o comerciante Carlos Alberto de Oliveira preferiu uma loja da avenida Duque de Caxias (centro de São Paulo). "Aqui é tudo mais fácil, e os preços são bem menores."
O levantamento mostra mesmo essa diferença. A instalação de travas elétricas num Volkswagen Gol (quatro portas) pode ser feita por R$ 130, contra R$ 142 pedidos pela fábrica para a versão de duas portas. O alarme, também de R$ 130, sai por 32% a mais na autorizada.
Para a linha Fiat Palio, os alarmes também partem de R$ 130, enquanto as concessionárias cobram R$ 350. Para as travas, a diferença é de R$ 110.
Se o motorista procurar um kit Trail para o Ford Fiesta, irá encontrá-lo por R$ 1.250 no mercado paralelo. Uma autorizada pedirá R$ 2.097,90.
Os lojistas vendem mais barato porque um mesmo produto -caso de toca-CDs- serve para modelos diferentes. Eles instalam a mesma máquina de vidro elétrico no Volkswagen Fox e no Peugeot 206.
Para as montadoras, o que justifica os preços maiores é a qualidade dos acessórios, desenvolvidos para cada modelo e testados antes de chegarem ao mercado. "Temos um núcleo de engenharia dedicado ao desenvolvimento deles, o que permite oferecer as mesmas qualidade e segurança encontrada nos veículos", explica Cláudio D'agostini Nascimento, gerente de marketing da General Motors.
Argumento semelhante é apresentado por Suely Saihara, coordenadora de acessórios da Citroën: "Tudo é testado e homologado, havendo ainda uma estrutura de instalação. Esse respaldo custa mais, mas retorna em qualidade e segurança".
"Repassamos a garantia oferecida pelos fabricantes dos produtos", responde o lojista Lindomar José de Oliveira. Mas as fábricas tiram a garantia do carro de quem procura um independente. (RICARDO MUZA)


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