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São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2003

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MARKETING

Com restaurantes, butiques e museus, fábricas tentam se aproximar dos clientes, fixar a marca e, claro, faturar

Comida e roupa viram isca de motorista

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O letreiro leva o logotipo da Renault, e o cliente pede sorvete de chocolate com chantilly. No Harley-Davidson, a opção é um frango com limão, alho e especiarias, acompanhado de purê de batatas. A jaqueta é tão cara quanto uma Armani ou Prada, mas sua etiqueta é Ferrari, comprada enquanto o vôo que decolará do aeroporto de Bolonha (Itália) está atrasado.
Principalmente fora do Brasil, as montadoras emprestam seu nome para quase todos os tipos de atividade. A meta é estar sempre presente para potenciais consumidores de seus veículos. Por aqui, o mais próximo dessa realidade estrangeira é a Volkswagen Haus, inaugurada em maio.
"A idéia é mostrar tudo o que a Volkswagen tem de excelência, num lugar superadequado [a avenida Cidade Jardim, nos Jardins]", resume José Roberto Bizutti, gerente de promoção, merchandising e eventos da montadora. Mas não é só isso.
Estão expostos -e à venda- todos os modelos da marca, incluindo os inéditos Touareg e Phaeton. Ainda são realizados eventos e exposições, como a que envolveu o estúdio de design da fábrica. "Em novembro, vamos abrir um café", diz Bizutti, que informa a intenção de ter a VW Haus em outras cidades.
São Paulo já teve semelhante experiência. O Alfa Romeo Studio funcionou em 2002 na rua Oscar Freire -onde hoje é o espaço Hotel Lycra. Além de exibir as "macchinas", havia eventos culturais, como exposição de obras criadas com peças de ferros-velhos.

Turismo
Numa das mais caras avenidas do mundo, as fábricas miram o dinheiro -e o estômago- dos turistas. Na Champs-Elysées (Paris), a Renault tem seu Atelier; a Citroën empresta o nome a uma cadeia de restaurante. A Peugeot narra sua história no Avenue.
Segundo a Peugeot, a idéia foi usar uma identificação com a marca para aproximar o público e a montadora fora do contexto comercial. A evolução gráfica do leão, protótipos e números da empresa parecem ter agradado: depois da capital francesa, a alemã ganhou um Avenue. Em Berlim, foi criado o Café de France.
A Citroën vai recuperar o número 42 da Champs-Elysées para transformá-lo em centro de exposições. Contratou a arquiteta Manuelle Gautrand, que planejou setes plataformas giratórias sobrepostas para apresentar a história da companhia e seus carros.
A Renault usa o espaço do Atelier para mostrar seus mais recentes lançamentos -até 11 de janeiro, estará exposta a nova família Mégane. Apostando na culinária, oferece também bar e restaurante, onde uma garrafa de vinho tinto atinge os 69 (cerca de R$ 240).

América
Do outro lado do Atlântico, uma moto de 8,53 m de altura e 6.180 kg dá as boas-vindas a quem entra no Harley-Davidson Café, em Las Vegas (EUA). Situado entre os principais cassinos, o restaurante exibe 15 motocicletas -há as que pertenceram a Elvis Presley e Billy Joel.
Nas cercanias de Detroit, o Henry Ford Museum reúne, além de carros, "os artigos que deram forma à América". De fato, o visitante encontra de mobília norte-americana ao Lincoln Continental 61 em que estava John Kennedy quando foi assassinado, em 63. (JOSÉ AUGUSTO AMORIM)


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