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Importado usado é barato; peças, caras
Modelos estrangeiros têm maior depreciação para compensar manutenção dispendiosa; seguro é alto
Marcelo Justo/Folha Imagem
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Fernando Laudares trocou um Ford Fiesta por um Alfa 145 |
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para quem sonha com um
carro de luxo importado, mas
não tem dinheiro para comprar
um zero-quilômetro, a alternativa pode ser um modelo usado.
A oferta é grande, mas é bom
preparar o bolso: o preço das
peças é bem mais alto.
"Todo importado apresenta
depreciação bem mais acentuada que a de um carro nacional
da mesma categoria", diz George Assad Chahade, presidente
da Assovesp (associação dos revendedores de São Paulo).
Por isso é grande a chance de
encontrar um modelo com dez
anos de uso pelo preço de um
"popular" zero-quilômetro.
Mas essa desvalorização
acontece justamente porque o
custo de manutenção é alto. Os
lojistas consultados pela Folha
são unânimes: para valer a pena, o carro precisa estar em
bom estado de conservação.
Com R$ 32 mil, é possível
comprar um Mercedes-Benz C
180 1997 ou um Fiat Palio ELX
1.4 zero-quilômetro. No entanto uma palheta do limpador de
pára-brisa do carro alemão
custa R$ 400 contra
R$ 46,15 do brasileiro.
Já as pastilhas de freio do sedã da Mercedes saem por
R$ 966, enquanto as do hatch
da Fiat custam R$ 74,40. O jogo
de velas do C 180 está avaliado
em R$ 180, e o do Palio, em
R$ 48. Os valores foram cotados em concessionárias e não
incluem a mão-de-obra.
O seguro também é outro
obstáculo. Algumas seguradoras sequer aceitam fazer a cobertura para os estrangeiros.
Se esses itens não chegam a
assustar, há um último detalhe.
"É preciso evitar marcas pouco
conhecidas ou que saíram do
país, como a Seat, a Daihatsu, a
Suzuki e a Daewoo", recomenda o vendedor Marcos Gomes.
"É difícil apontar modelos
certos ou errados para fazer
negócio porque esse mercado
ainda é relativamente novo.
Mas os mexicanos são tratados
como nacionalizados e desvalorizam menos do que os outros importados", diz Chahade.
O advogado Fernando Laudares, 31, tinha um Ford Fiesta,
mas quer ia um automóvel espaçoso para viajar nos finais de
semana. No ano passado, acabou comprando um Alfa Romeo 145 1998. "Estou satisfeito. Meu Alfa oferece mais conforto e tem mais equipamentos
que um carro novo com o mesmo preço."
(EDUARDO HIROSHI)
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