São Paulo, domingo, 10 de fevereiro de 2008

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Importado usado é barato; peças, caras

Modelos estrangeiros têm maior depreciação para compensar manutenção dispendiosa; seguro é alto

Marcelo Justo/Folha Imagem
Fernando Laudares trocou um Ford Fiesta por um Alfa 145


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para quem sonha com um carro de luxo importado, mas não tem dinheiro para comprar um zero-quilômetro, a alternativa pode ser um modelo usado. A oferta é grande, mas é bom preparar o bolso: o preço das peças é bem mais alto.
"Todo importado apresenta depreciação bem mais acentuada que a de um carro nacional da mesma categoria", diz George Assad Chahade, presidente da Assovesp (associação dos revendedores de São Paulo).
Por isso é grande a chance de encontrar um modelo com dez anos de uso pelo preço de um "popular" zero-quilômetro.
Mas essa desvalorização acontece justamente porque o custo de manutenção é alto. Os lojistas consultados pela Folha são unânimes: para valer a pena, o carro precisa estar em bom estado de conservação.
Com R$ 32 mil, é possível comprar um Mercedes-Benz C 180 1997 ou um Fiat Palio ELX 1.4 zero-quilômetro. No entanto uma palheta do limpador de pára-brisa do carro alemão custa R$ 400 contra R$ 46,15 do brasileiro.
Já as pastilhas de freio do sedã da Mercedes saem por R$ 966, enquanto as do hatch da Fiat custam R$ 74,40. O jogo de velas do C 180 está avaliado em R$ 180, e o do Palio, em R$ 48. Os valores foram cotados em concessionárias e não incluem a mão-de-obra.
O seguro também é outro obstáculo. Algumas seguradoras sequer aceitam fazer a cobertura para os estrangeiros.
Se esses itens não chegam a assustar, há um último detalhe. "É preciso evitar marcas pouco conhecidas ou que saíram do país, como a Seat, a Daihatsu, a Suzuki e a Daewoo", recomenda o vendedor Marcos Gomes.
"É difícil apontar modelos certos ou errados para fazer negócio porque esse mercado ainda é relativamente novo. Mas os mexicanos são tratados como nacionalizados e desvalorizam menos do que os outros importados", diz Chahade.
O advogado Fernando Laudares, 31, tinha um Ford Fiesta, mas quer ia um automóvel espaçoso para viajar nos finais de semana. No ano passado, acabou comprando um Alfa Romeo 145 1998. "Estou satisfeito. Meu Alfa oferece mais conforto e tem mais equipamentos que um carro novo com o mesmo preço."
(EDUARDO HIROSHI)


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