São Paulo, domingo, 11 de abril de 2010

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Cabo de guerra

Com motor 2.0, Corolla foca sedãs maiores, ao contrário do Linea, que reduz o preço

Fotos João Brito/Folha Imagem
O Corolla 2.0 (à esq.) é 1s mais rápido que o Linea 1.9 (dir.) para acelerar de 0 a 100km/h

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O objetivo de seduzir consumidores de sedãs que estão de olho em outros modelos é o mesmo. As novas estratégias de conquista do Toyota Corolla e do Fiat Linea, porém, são diametralmente opostas.
Líder de vendas entre os sedãs médios, o primeiro ganha opção de motor 2.0 e quer chamar a atenção de quem cobiça os maiores. Na quarta colocação, o Fiat dispensa acessórios para ficar mais barato e seduzir emergentes (leia mais sobre o Linea na pág. 10).
A Toyota sai na frente. Mesmo com a imagem arranhada por recall mundial após um defeito que causa aceleração involuntária, suas vendas continuam crescendo no Brasil.
No primeiro trimestre deste ano, a montadora vendeu 22.408 unidades, 20% a mais que no mesmo período do ano passado (18.734). O Corolla responde por 56% das vendas e teve média de 4.200 emplacamentos mensais em 2010.
Mas, para tomar distância da concorrência e beliscar sedãs de maior porte, a montadora turbinou o modelo com motor 2.0 (com até 153 cv).
Com ele, o Corolla ficou mais ágil, eficiente e silencioso. Seu número mais favorável foi a retomada de 80 a 120 km/h -ele ficou 2,5s mais rápido do que a versão 1.8 avaliada em 2008, segundo o teste Folha-Mauá. E sem aumentar o consumo.

Adaptado ao álcool
O mérito é do comando de válvulas variáveis, que encontra a melhor configuração das borboletas do motor -na admissão e no escape- de acordo com o ritmo do motorista e a pressão no pedal do acelerador.
"O 1.8 é um motor a gasolina que foi adaptado para funcionar com álcool. O motor 2.0 foi desenvolvido para ter eficiência máxima com álcool", diz Kenji Watanabi, diretor de engenharia de motores da Toyota.
Rodando, o propulsor está mais silencioso -a ponto de fazer o 1.8 parecer barulhento.
A transmissão automática também mudou. Relações de marchas mais curtas e nova programação deixaram o câmbio mais esperto, mas ainda falta uma quinta marcha.
Para quem gosta de condução mais esportiva, há opção de trocas de marcha sequenciais na alavanca ou nas borboletas atrás do volante, como no Civic.

Na cola do Fusion
Toda essa melhoria tem seu preço. Com o propulsor mais potente, a versão testada, a XEi, ficou R$ 1.450 mais cara. Seu preço inicial passa a R$ 74.920.
Com mais R$ 5.000, dá para mudar de categoria e levar o Fusion, que é maior e melhor motorizado. A versão 2.5 (até 173 cv) do mexicano da Ford é mais requintada e imponente, mas só roda com gasolina.
O Corolla não deve em acabamento e conforto, mas quem mira o Fusion pode não se acostumar com um sedã com espaço interno menor.
O bom desempenho com álcool e a diferença de preço do Toyota atraem, mas não contam muito para quem busca o status de carro de diretoria. Ainda mais para os que viajam no banco traseiro.


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