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CABO DE GUERRA
Nova versão do Fiat Linea se despe para ficar mais atraente
A LX dispensa acessórios, como freio ABS, para reduzir preço e animar vendas mornas do modelo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As vendas do Linea até
melhoraram. De 800 unidades
por mês em 2008, elas passaram a mil neste ano. Civic
(2.800) e Vectra (1.700) o separam do líder Corolla.
Mas assumir a quarta colocação não é motivo de festa. O Linea deixou para trás "defuntos"
como o Renault Mégane e o
Peugeot 307 sedã. O Nissan
Sentra segue incompreendido.
Apesar de começar bem com
o Tempra, em 1991, a Fiat fracassou com o Marea, que estreou em 1998. Desde então,
não emplacou um modelo de
sucesso no segmento.
A mais recente tacada é tornar o Linea mais atraente deixando-o R$ 2.730 mais barato.
Para isso, a Fiat tirou freios
ABS, rodas de liga leve e alguns
mimos -e criou a versão LX.
Com câmbio manual, custa a
partir de R$ 57.450. Por mais
R$ 3.000, vem com o câmbio
automatizado Dualogic.
As rodas que aparecem na foto ao lado são opcionais. A Fiat
as instalou no carro enviado para o teste Folha-Mauá.
A LX vem com a boa e velha
calota, que, de atraente, não
tem nada. Para trocá-la por rodas de liga, somam-se R$ 1.207.
O motor não é o barulhento e
beberrão 1.8 da GM que a Fiat
costuma usar, mas não tem a
eficiência do 2.0 do Corolla.
Para retomar de 80 km/h a
120 km/h, o Linea é quase 4s
mais lento que o Toyota com
transmissão automática. E tem
quase o mesmo desempenho
de sua versão topo de linha, a
Absolute (R$ 70 mil), com
transmissão automatizada.
Ao pisar no pedal, a resposta
é boa, mas sem muito brilho.
Em alguns momentos, ele chega até a fazer aqueles estalos
secos de esportivos, o que não
fica lá muito bem em sedãs.
Na estrada, é bom não forçar
a barra, senão o giro sobe e o
ruído faz a cabine virar um
show de rock. Nem chega perto
da velocidade que o piloto Michael Schumacher sugeria
atingir no comercial de estreia
do modelo há dois anos.
Bom pacote de opcionais
A Fiat já forçou o suficiente
ao arredondar a cilindrada de
1.838 cm3. O propulsor -que
está mais para 1.8-, no papel,
transformou-se em 1.9.
A suspensão é por vezes mole demais, como no Palio, mas
tem comportamento dinâmico
e permite manobras ágeis em
dias de trânsito carregado.
Espaçoso na dianteira, o Linea não é gentil com os ocupantes dos bancos traseiros. O
caimento do teto e os vincos laterais deixam três pessoas
apertadas, e a chance de raspar
a cabeça no forro é grande.
Mesmo despida, a versão
tem bom pacote de equipamentos, que inclui ar-condicionado, direção hidráulica e computador de bordo.
O sistema de navegação integrado ao painel também é opcional, por salgados R$ 2.249.
O acabamento tem lá o seu
charme, mas ainda é de primo
pobre frente aos rivais. O plástico é bom -mas é plástico.
Couro, só no volante.
(RICARDO RIBEIRO)
As montadoras cederam os carros para teste
INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092
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