São Paulo, domingo, 11 de abril de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CABO DE GUERRA

Nova versão do Fiat Linea se despe para ficar mais atraente

A LX dispensa acessórios, como freio ABS, para reduzir preço e animar vendas mornas do modelo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As vendas do Linea até melhoraram. De 800 unidades por mês em 2008, elas passaram a mil neste ano. Civic (2.800) e Vectra (1.700) o separam do líder Corolla.
Mas assumir a quarta colocação não é motivo de festa. O Linea deixou para trás "defuntos" como o Renault Mégane e o Peugeot 307 sedã. O Nissan Sentra segue incompreendido.
Apesar de começar bem com o Tempra, em 1991, a Fiat fracassou com o Marea, que estreou em 1998. Desde então, não emplacou um modelo de sucesso no segmento.
A mais recente tacada é tornar o Linea mais atraente deixando-o R$ 2.730 mais barato. Para isso, a Fiat tirou freios ABS, rodas de liga leve e alguns mimos -e criou a versão LX.
Com câmbio manual, custa a partir de R$ 57.450. Por mais R$ 3.000, vem com o câmbio automatizado Dualogic.
As rodas que aparecem na foto ao lado são opcionais. A Fiat as instalou no carro enviado para o teste Folha-Mauá.
A LX vem com a boa e velha calota, que, de atraente, não tem nada. Para trocá-la por rodas de liga, somam-se R$ 1.207.
O motor não é o barulhento e beberrão 1.8 da GM que a Fiat costuma usar, mas não tem a eficiência do 2.0 do Corolla.
Para retomar de 80 km/h a 120 km/h, o Linea é quase 4s mais lento que o Toyota com transmissão automática. E tem quase o mesmo desempenho de sua versão topo de linha, a Absolute (R$ 70 mil), com transmissão automatizada.
Ao pisar no pedal, a resposta é boa, mas sem muito brilho. Em alguns momentos, ele chega até a fazer aqueles estalos secos de esportivos, o que não fica lá muito bem em sedãs.
Na estrada, é bom não forçar a barra, senão o giro sobe e o ruído faz a cabine virar um show de rock. Nem chega perto da velocidade que o piloto Michael Schumacher sugeria atingir no comercial de estreia do modelo há dois anos.

Bom pacote de opcionais
A Fiat já forçou o suficiente ao arredondar a cilindrada de 1.838 cm3. O propulsor -que está mais para 1.8-, no papel, transformou-se em 1.9.
A suspensão é por vezes mole demais, como no Palio, mas tem comportamento dinâmico e permite manobras ágeis em dias de trânsito carregado.
Espaçoso na dianteira, o Linea não é gentil com os ocupantes dos bancos traseiros. O caimento do teto e os vincos laterais deixam três pessoas apertadas, e a chance de raspar a cabeça no forro é grande.
Mesmo despida, a versão tem bom pacote de equipamentos, que inclui ar-condicionado, direção hidráulica e computador de bordo.
O sistema de navegação integrado ao painel também é opcional, por salgados R$ 2.249.
O acabamento tem lá o seu charme, mas ainda é de primo pobre frente aos rivais. O plástico é bom -mas é plástico. Couro, só no volante.
(RICARDO RIBEIRO)


As montadoras cederam os carros para teste

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA www.maua.br
0/xx/11/4239-3092



Texto Anterior: Cabo de guerra
Próximo Texto: E eu com isso?
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.