Modelo chega em junho; VW terá um lançamento por mês até o fim do ano, incluindo o motor 2.0 Flex

Marcelo Justo/Folha Imagem

Schmall na sala de medições, de onde o novo Gol foi retirado

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS

A foto acima foi feita numa sala onde a Volkswagen mede constantemente seus produtos. Foi uma escolha do presidente Thomas Schmall, 44, que, dizem seus funcionários, sabe conseguir o que quer com seu jeitinho germano-brasileiro. Sua disposição também é invejada: é capaz de chegar da Alemanha e ir direto a Taubaté, de onde o novo Gol começa a sair em junho.

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS

Sem muito tempo livre, o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, 44, diz que recarrega as energias na praia. E ele precisa mesmo da ajuda de Iemanjá: se reconhece que as medidas já adotadas não foram suficientes, trava uma luta para que não seja obrigado a anunciar amanhã um recall do Fox.
Leia abaixo trechos da entrevista que concedeu à Folha na quarta-feira, na sede da VW, em São Bernardo do Campo.

 

FOLHA - Na segunda-feira (amanhã) vai ter a reunião em Brasília. Qual vai ser a resposta da Volkswagen ao Ministério da Justiça?
THOMAS SCHMALL - Nós vamos fazer uma solução técnica. Estamos dentro de fechar o acordo, mas acho que hoje ainda não é o dia de falar, estamos no meio da negociação. Nós vamos mostrar uma boa solução técnica.

FOLHA - O que é exatamente uma solução técnica?
SCHMALL - Isso está em negociação. Vamos apresentar algumas alternativas técnicas e avaliar a melhor para o cliente.

FOLHA - O anel de borracha que já é oferecido é uma solução técnica?
SCHMALL - Também, mas vamos oferecer mais alternativas.

FOLHA - Convocar um recall está descartado?
SCHMALL - Se a solução técnica for aceita, não precisaremos dele.

FOLHA - Se ela não for aceita?
SCHMALL - Vamos procurar mais soluções.

FOLHA - O sr. está disposto a ir à Justiça?
SCHMALL - Acho desnecessário. Nosso interesse é resolver o problema, e não ir à Justiça.

FOLHA - Esse episódio não desgastou demais a imagem da VW?
SCHMALL - É um pouco cedo. Cada problema é lamentável, cada um tem impacto para a imagem da companhia, isso é claro. Mas isso tudo é passado, precisamos olhar para a frente e resolver o problema. Um assunto que mexe com banco não é uma coisa simples, é de segurança. Por isso não quero mostrar hoje todas as soluções.

FOLHA - O primeiro acidente foi em 2004, mas só no início de 2008 a VW tomou alguma atitude. Por quê?
SCHMALL - Nós mudamos [o banco] durante o caminho. A argola foi mudada, a cor da cinta foi mudada, mas vemos que não foi suficiente. Nosso esforço não resolveu 100%.

FOLHA - Esse banco foi desenvolvido pela VW ou por um fornecedor?
SCHMALL - VW. Todo o Fox é um desenvolvimento da engenharia brasileira.


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