São Paulo, domingo, 13 de maio de 2007

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Sexo define compra do carro

Se homens se preocupam com estética e potência, mulheres preferem espaço e visibilidade

LUCIENE ANTUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A briga entre homens e mulheres aparece também quando o tema é carro. "As mulheres compram o veículo de dentro para fora, e os homens fazem o contrário", resume Marcelo Olival, gerente de propaganda e marketing da Volkswagen.
Segundo ele, o público masculino se preocupa com aerofólio, roda, potência. Já o feminino é mais prático: considera a beleza, mas quer um carro que atenda às suas necessidades.
"O homem costuma se preocupar com o quanto o veículo fala por ele. O carro é questão de imagem", diz Isela Costantini, diretora-geral de planejamento de produto da General Motors. Por isso sedãs e picapes são as principais escolhas.
E também os esportivos: dos 500 carros que a Ferrari e a Maserati venderam no país desde 1993, só 3 foram para mulheres.
Com atributos que apelam para a utilidade ou que deixam o motorista nas alturas -característica muito apontada pelas mulheres em pesquisas-, alguns modelos conquistam cada vez mais o mercado feminino.
Ainda que algumas fábricas não revelem os dados de venda para não taxar um carro como "de mulher", a maioria das montadoras diz que elas valorizam detalhes como portas-trecos, espelho no pára-sol, ajuste de altura de banco e boa visibilidade proporcionada por modelos como Citroën Xsara Picasso ou Ford EcoSport.
Ana Cláudia de Oliveira, 35, é apaixonada por sua Picasso. "Como tenho dois filhos pequenos, preciso de espaço para carrinho, cadeirinha, brinquedos. Quando viajamos para a praia, é o meu carro que usamos, apesar de meu marido odiar."
O marido, Antônio Feliciano de Oliveira, 38, confirma a regra ao rejeitar a Picasso, mas foge dos padrões quando define seu carro preferido. "Gosto de carro pequeno. Sedãs e peruas são muito "tiozão'", diz.
Na casa de Ada Cristina Garcia Tostanini, 52, a regra também foi invertida. Por causa do trabalho, ela e a filha, Gabriela, 26, precisam chegar a lugares de difícil acesso.
"Procurava um carro grande e que não fosse nem preto nem prata." Foi só entrar numa concessionária Nissan para se encantar com o amarelo do Xterra. "Quando eu entrei no carro, tive a certeza de que era ele que eu queria", conta a mãe. Elas fazem parte do grupo de 11% de compradoras do utilitário.


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