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Sexo define compra do carro
Se homens se preocupam com estética e potência, mulheres preferem espaço e visibilidade
LUCIENE ANTUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A briga entre homens e mulheres aparece também quando
o tema é carro. "As mulheres
compram o veículo de dentro
para fora, e os homens fazem o
contrário", resume Marcelo
Olival, gerente de propaganda e
marketing da Volkswagen.
Segundo ele, o público masculino se preocupa com aerofólio, roda, potência. Já o feminino é mais prático: considera a
beleza, mas quer um carro que
atenda às suas necessidades.
"O homem costuma se preocupar com o quanto o veículo
fala por ele. O carro é questão
de imagem", diz Isela Costantini, diretora-geral de planejamento de produto da General
Motors. Por isso sedãs e picapes são as principais escolhas.
E também os esportivos: dos
500 carros que a Ferrari e a Maserati venderam no país desde
1993, só 3 foram para mulheres.
Com atributos que apelam
para a utilidade ou que deixam
o motorista nas alturas -característica muito apontada pelas
mulheres em pesquisas-, alguns modelos conquistam cada
vez mais o mercado feminino.
Ainda que algumas fábricas
não revelem os dados de venda
para não taxar um carro como
"de mulher", a maioria das
montadoras diz que elas valorizam detalhes como portas-trecos, espelho no pára-sol, ajuste
de altura de banco e boa visibilidade proporcionada por modelos como Citroën Xsara Picasso ou Ford EcoSport.
Ana Cláudia de Oliveira, 35, é
apaixonada por sua Picasso.
"Como tenho dois filhos pequenos, preciso de espaço para carrinho, cadeirinha, brinquedos.
Quando viajamos para a praia, é
o meu carro que usamos, apesar de meu marido odiar."
O marido, Antônio Feliciano
de Oliveira, 38, confirma a regra ao rejeitar a Picasso, mas foge dos padrões quando define
seu carro preferido. "Gosto de
carro pequeno. Sedãs e peruas
são muito "tiozão'", diz.
Na casa de Ada Cristina Garcia Tostanini, 52, a regra também foi invertida. Por causa do
trabalho, ela e a filha, Gabriela,
26, precisam chegar a lugares
de difícil acesso.
"Procurava um carro grande
e que não fosse nem preto nem
prata." Foi só entrar numa concessionária Nissan para se encantar com o amarelo do Xterra. "Quando eu entrei no carro,
tive a certeza de que era ele que
eu queria", conta a mãe. Elas fazem parte do grupo de 11% de
compradoras do utilitário.
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