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Peças & acessórios
Em 6 meses, engates devem ser conferidos
Todas as peças devem ser inspecionadas pelo Inmetro em 2007; não cumprir regras dará multa de R$ 127,69
ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A polêmica do engate fixo
continua. Daqui a seis meses,
todos deverão passar por uma
inspeção, mesmo que o acessório já tenha sido instalado sob a
resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) divulgada no dia 25 de julho.
O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial)
-que deve dar um selo aos engates- tem 180 dias para regulamentar as fábricas e para inspecionar os itens já instalados.
"Todo motorista vai ter de ir
a um local credenciado para fazer a inspeção do equipamento", explica Gustavo Kuster, gerente de avaliação da conformidade do órgão. É provável que a
inspeção seja paga.
Caso o motorista atenda as
regras que o Inmetro ainda vai
estabelecer, receberá um selo e
poderá continuar com o engate.
No caso de desacordo, terá um
prazo para se adequar ou retirar a peça. Quem circular irregularmente cometerá infração
grave (multa de R$ 127,69).
Eduardo Grassiotto, gerente
de qualidade e pós-venda da Citroën, diz que as montadoras
têm um ano para adequar o manual do proprietário, que deverá informar a capacidade de
tração do carro e se ele poderá
receber a peça. Se sim, terá de
indicar o local de fixação.
Desproteção
"O engate elimina a função
do pára-choque, criando um
ponto de impacto anterior a
ele. A energia é transferida diretamente para os pontos de fixação na carroceria do carro",
explana Grassiotto.
Arnaldo Marques, engenheiro da SAE (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), acrescenta que o modismo do engate
contraria a norma veicular de
segurança do passageiro, pois o
veículo deve absorver o choque
e proteger os ocupantes.
"Num impacto, são prejudicados quem bate e quem recebe
a batida. Os carros de passeio
não foram feitos para rebocar."
Para o professor do Centro
Universitário da FEI Ricardo
Bock, os danos causados pelos
engates dependem da batida.
Nos pequenos acidentes, ele
amassa a placa dianteira do outro veículo. Nos mais graves, o
pára-choque perde sua função
de absorver o impacto.
Se alguém bate num carro
com engate a 40 km/h, é alta a
possibilidade de perda total. O
gasto para arrumar o chassi ou
a longarina chega a ser maior
que 75% do valor do veículo.
Para Silvio Camelo, sócio da
fábrica de engates Newtrack, a
maioria dos fabricantes está
longe de seguir a lei. Engenheiros precisarão se responsabilizar pelos engates, mas hoje
90% das empresas não têm como atender os pré-requisitos.
"Como engenheiro, sou a favor de que fiquem só os engates
removíveis, mas, como empresário, não. Nossas estatísticas
mostram que só 5% das vendas
são para quem reboca mesmo."
Segundo Camelo, a grande
maioria compra por falsa proteção ou por beleza. Ele também diz que a diferença de preço é significante. O engate fixo
custa, em média, R$ 200. O removível sai por R$ 450.
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