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Candidato a celebridade
Mescla de vários segmentos, coreano Kia Soul chama a atenção no trânsito, mas motor 1.6 16V não empolga
FELIPE NÓBREGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes que se rotulasse o Soul
como um veículo esquisito
fadado ao fracasso, a Kia logo
assumiu que a excentricidade
do carro-caixote é justamente
sua principal virtude.
A montadora nem teve vergonha de dizer que, por isso, ele
não se encaixaria em nenhum
nicho do mercado.
O Soul realmente está longe
das formas de um hatch, não se
comporta como minivan nem
tem aptidão para jipe. Mas, pelo menos, posa de celebridade.
E é difícil alguém encará-lo
na rua sem tecer comentários.
O mais antagônico veio de um
professor de sociologia aposentado: "Esse é daqueles carros
feios, mas bonitinhos, sabe?"
Pelo menos no estacionamento de um shopping paulistano, bastaram 40 minutos para que os vidros laterais do modelo de teste ficassem carimbados pela testa de curiosos à procura de mais surpresas.
Por dentro, o Soul é quase um
Nissan Tiida psicodélico. A parte interna do porta-luvas é vermelha, o painel central é do tipo
flutuante e os bancos têm bordas que brilham no escuro.
No meio do caminho
Se o áudio do toca-CDs ajudasse, os cinco ocupantes até
poderiam se imaginar em uma
boate. Pior, só a versão americana, cujos alto-falantes piscam no ritmo da música.
Lá ou cá, não dá para levantar
os braços como na cabine do
Fiat Doblò. Apesar de alto (1,61
m), o Kia privilegia o espaço para as pernas de quem vai atrás.
Por R$ 51.490, o Soul 1.6 16v
(124 cv) não oferece muito mais
luxo e desempenho do que
um Ford EcoSport com motorização equivalente.
Já na versão topo de linha,
equipada com câmbio automático, o coreano passa a custar
R$ 64,9 mil e inova com uma
câmera de vídeo para auxiliar
manobras de marcha a ré.
O problema é que as imagens
reproduzidas no canto do
retrovisor central parecem
capturadas de um olho mágico.
Pelo menos as belas rodas aro
18 vêm de brinde.
O airbag duplo e os freios
ABS também estão ali, mas o
modelo de 1.287 kg carece de
um par de freios a disco adicional na traseira. No teste Folha-Mauá, o Soul vindo a 80 km/h
precisou de 39,1 m para estacionar completamente -quase
três metros além do que o Honda Fit, por exemplo.
Ainda comparando com o
monovolume, o "carro design"
da Kia leva desvantagem por
não ser "flex". Algo que deve
mudar no próximo ano, promete a engenharia da marca.
Resta saber se até lá as linhas
extravagantes do Soul ainda
vão estar na moda. Pelo menos
o primeiro lote de importação
do carro, de 700 unidades, foi
vendido em apenas 15 dias, a
metade do tempo previsto.
A Kia cedeu o Soul para teste
INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092
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