São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 2007

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Reais

Salão de Detroit, famoso por seus carros-conceito extravagantes, muda o tom e mostra o futuro próximo

Paul Sancya/Associated Press
Acima, o híbrido Chevrolet Volt; abaixo, o utilitário Volvo XC60, previsto para 2008


FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A DETROIT

Ao longo dos cem anos do Salão de Detroit, nunca se falou tanto do Brasil. Não por fofocas com Daniela Cicarelli, mas pela capacidade brasileira de produzir álcool a partir da cana-de-açúcar. Muitos protótipos -marca registrada da mostra americana- perceberam a necessidade de serem economicamente viáveis e optaram pelo E85, uma mistura com 85% de etanol e 15% de gasolina.
Usado em poucas partes dos EUA, o E85 é o combustível que impulsiona o motor 1.0 Turbo do conceito Chevrolet Volt, um dos destaques entre as 47 novidades de Detroit. Ao todo, são 19 estréias mundiais (três americanas) e 25 protótipos.
O pulo-do-gato do Volt não é o motor pequeno que emite menos poluentes, mas o fato de ele alimentar um outro elétrico, que faz o carro andar. "Estamos fazendo um consórcio com três empresas para baratear o custo da bateria de lítio do motor elétrico", diz Rick Wagoner, presidente mundial da GM, que prevê o lançamento da tecnologia em cinco anos. Considerado o novo 300C, o conceito Chrysler Nassau traz a inovação do "primo" Mercedes-Benz CLS -as duas marcas pertencem ao mesmo grupo- ao ser um cupê de quatro portas. Criado a público mais jovem, o interior tem o espaço de um utilitário e bancos individuais para quatro pessoas.

Diesel para alemãs
Outros dois conceitos que chamam a atenção em Detroit são o Volvo XC60 e o Jaguar C-XF. Decidido a fazer carros realmente atraentes esteticamente, Lewis Booth, diretor da Ford Europa e de seu braço PAG (Aston Martin, Land Rover, Jaguar e Volvo), criou carros que em nada lembram seus antecessores "quadradões".
Provável substituto do S-Type, o sedã de quatro lugares da Jaguar "peca" pela extravagância -mantém o motor V8 (oito cilindros em "V") de 420 cavalos. O Volvo, previsto para ser produzido no segundo semestre de 2008, é mais racional: seu motor tem 3,2 litros, seis cilindros e aceita E85.
No salão, que vai até o dia 21, a Audi e a Mercedes-Benz reforçaram seu amor pelo diesel. Compartilhando a tecnologia Bluetec, os utilitários Mercedes GL 320 CDI e Audi Q7 V12 TDI Concept apareceram pela primeira vez. A exemplo da Europa -que tem pouco mais da metade da frota movida a diesel-, ambas acreditam que o biodiesel seja o combustível a ser explorado nesta década.


FABIANO SEVERO viajou a convite da Anfavea

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