São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2011 |
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ALTA VOLTAGEM Chevrolet Volt e Nissan Leaf exibem as vantagens (e desvantagens) dos automóveis movidos a eletricidade; comercialização no mercado brasileiro depende de incentivos fiscais, como isenção de impostos
RICARDO RIBEIRO DE SÃO PAULO Nissan Leaf e Chevrolet Volt são o futuro da indústria automotiva. Ambos já rodam no Brasil, embora os fabricantes ainda não planejem vendas, como já acontece no exterior. A indústria espera incentivos fiscais como os oferecidos nos EUA. A Folha avaliou Leaf e Volt na estrada e na cidade por 300 km. São propostas diferentes que carregam a identidade de seus fabricantes. O japonês Leaf requer planejamento oriental e paciência para recargas de até 20 horas em tomadas caseiras (110 V). Completa, a bateria de íons de lítio permite rodar 160 km. Considerando preço, dirigibilidade e mesmo autonomia, é a melhor opção entre os totalmente elétricos -que não emitem poluentes. GERADOR O Volt traz dois motores elétricos e autonomia para rodar 65 km. A recarga leva até 10 horas (110 V). Contudo, um motor a combustão funciona como gerador e permite percorrer mais cerca de 500 km. É como usar um telefone celular ligado na tomada. Uma virtude, porém, que gerou polêmicas. Quando se exige mais do Volt, o motor 1.4 a gasolina ajuda a tracionar o carro. Ele está acoplado a um dos propulsores elétricos, e sua ação é liberada por um complexo e eficiente conjunto de embreagens. Pelo desempenho e pela tecnologia do sistema, é o melhor carro híbrido do mundo. O problema é que a Chevrolet renega os louros da vitória ao vendê-lo como elétrico. "Indiretamente, o motor a combustão chega a tracionar as rodas, mas o elétrico está sempre funcionando", diz Plínio Cabral, diretor de engenharia elétrica da GM. Nos EUA, a montadora conseguiu criar a categoria Veículo Elétrico com Autonomia Estendida (E-REV), garantindo isenções e imagem. Na China, o modelo será homologado como híbrido. ESPERTOS Leaf e Volt têm reações espertas. Elétricos entregam sempre 100% do torque, não importa a rotação do motor. O Volt tem 150 cv. São 43 cv a mais que o Leaf (107 cv) -isso explica o maior vigor do GM. Em ambos, a energia das frenagens é reaproveitada para recarregar as baterias. O acerto das suspensões privilegia o conforto, e as carrocerias baixas ajudam a manter a estabilidade. O exterior futurista provoca intimidade instantânea com desconhecidos nas ruas. O modelo da Nissan usa o entre-eixos maior para garantir bom espaço interno. O Chevrolet só leva dois atrás, com um pouco de aperto. No elétrico Leaf não há escapamento. No Volt, a saída é disfarçada pelo para-choque traseiro pronunciado. Quando o painel do Chevrolet avisa que a bateria acabou e o movimento será mantido com a velha queima de gasolina, vem um peso na consciência. A sensação ruim logo é substituída pela tranquilidade de ver a autonomia crescer para 500 km. O Nissan Leaf é mais ecológico, mas dirige-se com medo. A ausência de uma rede de recarga rápida obriga a pisar mansinho e ficar feliz com congestionamentos e a possibilidade de mais algumas freadas regenerativas. As montadoras cederam os carros para avaliação Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Foco: Cidade mineira multa carro sujo para proteger obras de Aleijadinho Índice | Comunicar Erros |
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