São Paulo, domingo, 14 de outubro de 2007

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"Tunado", Astra europeu só lembra Vectra por fora

Carro-base para o GT, Opel OPC tem motor turbo de 240 cv, o dobro da potência do Chevrolet nacional

DO ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT

Esqueça tudo o que você leu sobre o Vectra GT na página 1. O verdadeiro hatchback esportivo do grupo General Motors se chama Opel Astra OPC e foi avaliado com exclusividade pela Folha na Alemanha.
Lá, onde o consumo de carros "premium" chega a 65% do mercado, ele nem é grande coisa. Mas, só de olhar a foto, já dá para ver que o Astra deles é muito mais esportivo que o GT brasileiro. O OPC é lobo em pele de lobo mesmo.
Exceto pelas duas portas e pela coluna traseira inclinada, o design lembra, sim, o do Vectra produzido em São Caetano do Sul (Grande São Paulo), que é vendido unicamente com carroceria de quatro portas.
Há rodas esportivas de aro 18 (contra as de 16 polegadas do GT), suspensão independente nas quatro rodas (o GT usa eixo de torção na traseira) e bancos esportivos da Recaro, ainda que a combinação de preto e azul não tenha sido tão feliz.
O projeto de chassi, chamado de IDS Plus, engloba molas rebaixadas e amortecedores de rali. Os quatro discos do freio do OPC são grandes como num exemplar que corre no WTCC (mundial de carros de turismo). Já o GT, em versões de entrada, tem freios a tambor atrás. Ambos trazem freios com ABS (antitravamento).
Por dentro, mais diferenças -o brasileiro herdou o interior do Vectra sedã. Entre um arco azul e os números tortos no painel, é possível mirar "OPC", sigla para Opel Performance Center. Há dez anos, a divisão esportiva da subsidiária da GM se nega a fazer carros lentos.
Diferentemente do motor 2.0 do GT, que um dia já equipou o Monza, o europeu usa um 2.0 16V turbinado de 240 cv (cavalos) -ou o dobro da potência do carro brasileiro. O torque (força) plano de 32 kgfm também impressiona.

Na "autobanh"
Logo na saída, o zumbido do turbo mostra a que veio. Com câmbio de seis marchas e relações bem curtas, a "puxada" vem logo a 2.500 rpm. Daí em diante, o problema é do pescoço, jogado para trás até o corte da injeção, a 7.200 rpm.
A troca para a segunda é rápida, e o velocímetro já beira os 100 km/h. Nada de mais: o carro ruma em direção à "autobanh" A5, estrada sem limite predefinido de velocidade que liga Frankfurt a Stuttgart.
Ir no sentido da cidade onde nascem os Porsche empolga ainda mais o Astra. Em terceira marcha, sob forte pressão da turbina, o hatch já ultrapassa 150 km/h, tão firme e estável como se estivesse a 50 km/h.
Quando a quarta entra, o ponteiro acusa quase os 200 km/h. A troca de quinta para sexta marcha pode ser um sinal de que a velocidade já está acima do juízo. Até que, no retrovisor, os faróis de xenônio de um Audi pedem passagem.
O motorista mostra que seu S6 novo em folha é ainda mais veloz que o Astra, capaz de atingir 244 km/h, segundo a Opel. Talvez um exagero para cá.


FABIANO SEVERO viajou a convite da Anfavea; o Astra OPC foi cedido para avaliação pela Opel

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