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"Tunado", Astra europeu só lembra Vectra por fora
Carro-base para o GT, Opel OPC tem motor turbo de 240 cv, o dobro da potência do Chevrolet nacional
DO ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT
Esqueça tudo o que você leu
sobre o Vectra GT na página 1.
O verdadeiro hatchback esportivo do grupo General Motors
se chama Opel Astra OPC e foi
avaliado com exclusividade pela Folha na Alemanha.
Lá, onde o consumo de carros "premium" chega a 65% do
mercado, ele nem é grande coisa. Mas, só de olhar a foto, já dá
para ver que o Astra deles é
muito mais esportivo que o GT
brasileiro. O OPC é lobo em pele de lobo mesmo.
Exceto pelas duas portas e
pela coluna traseira inclinada,
o design lembra, sim, o do Vectra produzido em São Caetano
do Sul (Grande São Paulo), que
é vendido unicamente com
carroceria de quatro portas.
Há rodas esportivas de aro 18
(contra as de 16 polegadas do
GT), suspensão independente
nas quatro rodas (o GT usa eixo
de torção na traseira) e bancos
esportivos da Recaro, ainda
que a combinação de preto e
azul não tenha sido tão feliz.
O projeto de chassi, chamado
de IDS Plus, engloba molas rebaixadas e amortecedores de
rali. Os quatro discos do freio
do OPC são grandes como num
exemplar que corre no WTCC
(mundial de carros de turismo). Já o GT, em versões de entrada, tem freios a tambor
atrás. Ambos trazem freios
com ABS (antitravamento).
Por dentro, mais diferenças
-o brasileiro herdou o interior
do Vectra sedã. Entre um arco
azul e os números tortos no
painel, é possível mirar "OPC",
sigla para Opel Performance
Center. Há dez anos, a divisão
esportiva da subsidiária da GM
se nega a fazer carros lentos.
Diferentemente do motor
2.0 do GT, que um dia já equipou o Monza, o europeu usa
um 2.0 16V turbinado de 240
cv (cavalos) -ou o dobro da potência do carro brasileiro. O
torque (força) plano de 32
kgfm também impressiona.
Na "autobanh"
Logo na saída, o zumbido do
turbo mostra a que veio. Com
câmbio de seis marchas e relações bem curtas, a "puxada"
vem logo a 2.500 rpm. Daí em
diante, o problema é do pescoço, jogado para trás até o corte
da injeção, a 7.200 rpm.
A troca para a segunda é rápida, e o velocímetro já beira os
100 km/h. Nada de mais: o carro ruma em direção à "autobanh" A5, estrada sem limite
predefinido de velocidade que
liga Frankfurt a Stuttgart.
Ir no sentido da cidade onde
nascem os Porsche empolga
ainda mais o Astra. Em terceira
marcha, sob forte pressão da
turbina, o hatch já ultrapassa
150 km/h, tão firme e estável
como se estivesse a 50 km/h.
Quando a quarta entra, o
ponteiro acusa quase os
200 km/h. A troca de quinta
para sexta marcha pode ser um
sinal de que a velocidade já está
acima do juízo. Até que, no retrovisor, os faróis de xenônio
de um Audi pedem passagem.
O motorista mostra que seu
S6 novo em folha é ainda mais
veloz que o Astra, capaz de atingir 244 km/h, segundo a Opel.
Talvez um exagero para cá.
FABIANO SEVERO viajou a convite da Anfavea;
o Astra OPC foi cedido para avaliação pela Opel
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