São Paulo, domingo, 14 de novembro de 2010 |
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Revendas levam meses para agendar recall em SP Procon vê problema no atendimento; multa varia de R$ 220 a R$ 3,2 milhões Aumento da rede de concessionários não acompanha alta na produção, que neste ano vai chegar a 3,6 milhões
ROSANGELA DE MOURA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA O empresário Luiz Antônio Alves de Souza foi um dos primeiros a ligar para a Honda quando soube do recall do Fit. "Apesar de ter ligado no primeiro dia [18 de outubro], só marcaram o serviço para 7 de março de 2011, que é segunda-feira de Carnaval." Souza está entre os 60% de clientes convocados por montadoras que ainda tentam agendar o recall. Só que as revendas não dão conta de atender aos rechamados -só neste ano, foram 981 mil carros, mais que o dobro de 2009, e 37 recalls. Para apurar o mau atendimento nas revendas, o Procon-SP abriu investigação. "Se for comprovada a má prestação de serviço, a montadora está sujeita a multas que variam de R$ 220 a R$ 3,2 milhões. A reincidência pode resultar na suspensão das atividades", diz Carlos Alberto Nahas, assistente de direção do Procon-SP. "Hoje, a capacidade de atendimento das concessionárias é de 25% a 30% da frota que elas representam", admite Sérgio Reze, presidente da Fenabrave (federação das concessionárias). Ele afirma que existem estudos entre associações de concessionários e montadoras para criar boxes de serviços rápidos, um plano para vigorar em 2015. Até lá, a Anfavea (associação dos fabricantes de veículos) estima que a produção atinja 5 milhões de veículos -neste ano, deve chegar ao recorde de 3,6 milhões. CRISE Para o consultor Francisco Satkunas, da SAE (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), além do aumento de 15% na produção, a alta no número de recalls ocorre por causa da redução de custos das montadoras, que trocaram fornecedores e demitiram funcionários durante a crise. Para piorar, o consumidor, com carros mais modernos, está trocando o mecânico do bairro pelas autorizadas, que ficam mais sobrecarregadas. O advogado Antônio Carlos Teixeira da Silva conta que, desde maio, quando recebeu a carta de recall da Toyota, tenta agendar o serviço. "Levei três meses para conseguir um horário na revenda." Foi o que aconteceu também com o profissional de marketing Rafael Minhoto, 25. Ele só foi atendido em uma revenda da GM dois meses após agendar o serviço. Segundo o Procon-SP, qualquer problema que o consumidor tenha devido ao atraso no recall é passível de processo na Justiça, para reparação por danos morais e materiais. Inclui também lucros cessantes (quantia que deixou de receber pela falta do carro para trabalhar). Próximo Texto: Outro Lado: Para montadora, atendimento ruim é pontual Índice | Comunicar Erros |
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