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Teste Folha-Mauá
Brilho ofuscado
Com 10 cv a mais, novo Fit 1.5 Flex automático perde desempenho; R$ 5.500 mais caro,
passa valor de Civic
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS
Em julho, Sho Minekawa,
presidente da Honda, reconheceu à Folha saber que o brasileiro reclamava da não-existência do Fit com motor 1.5 bicombustível. A nova geração do
monovolume resolveu esse
problema, mas o consumidor
pode continuar insatisfeito.
Além de o carro ter ficado R$
5.500 mais caro, o desempenho
piorou. Segundo o teste Folha-Mauá, o Fit -que trocou o
câmbio continuamente variável pela caixa automática tradicional- ficou 1,92s mais lento
na aceleração até 100 km/h. Na
retomada entre 60 km/h e 120
km/h, exigiu 2,52s a mais.
A piora também aparece no
consumo de gasolina na cidade,
sempre um mérito do Fit. Ele
passou de 12,5 km/l para 10,3
km/l -com álcool, registrou
7,4 km/l, média bastante comum com esse combustível.
A melhora veio só na estrada,
onde o Fit rodou 500 m a mais
com um litro de gasolina -a
outra evolução foi os 20 cm a
menos na frenagem a 40 km/h.
Tudo isso ocorreu com um
motor 1.5 10 cv (cavalos) mais
potente e com 0,6 kgfm a mais
de torque (força). As maiores
alterações, porém, foram feitas
no motor 1.4, agora 16 válvulas
e com 100 cv -eram 80 cv.
Questionada sobre a queda
de desempenho, a Honda justifica que, além de ser um veículo
maior, o novo Fit enfrentou
duas condições adversas.
Enquanto o anterior passou
pelos testes com quase 20 mil
quilômetros, o novo não tinha
rodado nem 2.000 quilômetros. Segundo a fábrica, a diferença de 1,5C na temperatura
ambiente interferiu no desempenho por afetar a quantidade
de ar admitida no motor.
De qualquer forma, o Fit é
um carro completamente novo
-e ser novidade é sempre um
importante argumento de venda. Lançado inicialmente em
2003, o monovolume cresceu 7
cm, o que reflete um entreeixos
5 cm maior. Assim, o Honda
melhorou uma de suas maiores
qualidades: o espaço interno.
Rivais novos
O sistema ULT, que permite
que os bancos sejam dobrados
de forma a criar uma superfície
plana, foi aperfeiçoado. Agora,
o encosto de cabeça do banco
traseiro é escamoteável, ou seja, não é preciso mexer no dianteiro para rebatê-lo.
O ULT está em qualquer Fit,
assim como o airbag duplo -o
anterior, em sua versão mais
simples, só tinha bolsa para o
motorista. O Fit mais barato,
com motor 1.4 e câmbio manual, sai por R$ 52.340. Na nova versão EXL -o "L" é de "leather", couro em inglês-, o preço chega a R$ 69.750.
Então eis que surge mais
uma incoerência do novo Fit:
ele pode ser mais caro que o Civic. Maior e com motor 1.8, o sedã parte de R$ 65.460.
A concorrência também oferece carros mais "encorpados"
por menos. Pelo Corolla, a Toyota pede a partir de R$ 61.975.
Para quem acha que sedã nenhum vai roubar vendas do Fit,
há a ameaça do Nissan Tiida.
Com motor 1.8 de 124 cv, ele está em promoção por R$ 54.290.
Fugindo dos japoneses, a
Ford acaba de lançar o EcoSport 2.0 Flex por R$ 58,9 mil.
Pelo visto, a vida do Fit não vai
ser tão mansa quanto era.
O carro foi cedido para teste pela montadora
INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092
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