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Teste Folha-Mauá
Econômico, Classe M a diesel aniquila opção a gasolina
Diesel faz jipão da Mercedes rodar 7,8 km/l e concentra 76% de vendas
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com 1,81 m de altura, o Mercedes-Benz Classe M põe o ego
de seus ocupantes no segundo
andar do trânsito. E, desde
agosto, tem se divertido roubando clientes de outros jipões
graças ao motor V6 (seis cilindros em "V") a diesel.
Reestilizado levemente -repare na base irregular dos faróis-, o ML 320 CDI conseguiu
transformar o ML 350, a versão
a gasolina que custa os mesmos
R$ 292 mil, em "café com leite".
Em novembro, o placar de vendas da Mercedes assinalou 55 a
1 a favor do diesel.
A explicação para tanta discrepância começa pelos centavos poupados a cada quilômetro, mesmo que isso pareça irrelevante para clientes de um
segmento que cobra mais de
R$ 200 mil por um carro.
No teste Folha-Mauá, o ML
320, com seus 224 cv (cavalos),
consumiu 7,8 km/l na cidade.
Mesmo econômico, ficou atrás
do único utilitário a diesel que
já passou pelo teste: o Land Rover Range Rover registrou, em
setembro, 8,5 km/l.
Ser diesel também é uma boa
razão de compra, já que poucos
modelos de luxo rodam com o
combustível. O BMW X5 (R$
303 mil) e o Porsche Cayenne
(R$ 299 mil), também são V6,
mas só queimam gasolina.
Pinta
Mesmo sem a agilidade do
"irmão", o diesel não deixa o
Mercedes preguiçoso nas retomadas ou chocho nas acelerações. Embalado pelo câmbio de
sete marchas, o utilitário despacharia metidos a esportivos
como o Volkswagen Polo GT
2.0, que pesa a metade.
A pinta de invocado, realçada
pelas rodas de aro 20 e pelos
"músculos" moldados em aço,
faz do Classe M um Mercedes
sem aquele ar conservador encontrado, por exemplo, no
Classe E, que custa o equivalente e não tem tração integral.
Projetado para ser um "off-road" e calçado com pneus para
andar no asfalto, o ML 320 solta cheiro de enxofre pelo escapamento. "Culpa do diesel nacional", diz Roberto Gasparetti,
diretor de vendas da Mercedes.
O odor, entretanto, não invade a cabine, que oferece três zonas de ar-condicionado e DVD
no painel. O porta-malas com
abertura e fechamento elétricos é outra comodidade, assim
como a câmera traseira que auxilia nas manobras.
Quem já andou no Range Rover V8 a diesel pode até dizer
que falta uma pitada de tempero no ML 320, mas isso é para
os que podem pagar R$ 376 mil
pelo inglês.
(FELIPE NÓBREGA)
O carro foi cedido para teste pela montadora
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