São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 2008

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Teste Folha-Mauá

Econômico, Classe M a diesel aniquila opção a gasolina

Diesel faz jipão da Mercedes rodar 7,8 km/l e concentra 76% de vendas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com 1,81 m de altura, o Mercedes-Benz Classe M põe o ego de seus ocupantes no segundo andar do trânsito. E, desde agosto, tem se divertido roubando clientes de outros jipões graças ao motor V6 (seis cilindros em "V") a diesel.
Reestilizado levemente -repare na base irregular dos faróis-, o ML 320 CDI conseguiu transformar o ML 350, a versão a gasolina que custa os mesmos R$ 292 mil, em "café com leite". Em novembro, o placar de vendas da Mercedes assinalou 55 a 1 a favor do diesel.
A explicação para tanta discrepância começa pelos centavos poupados a cada quilômetro, mesmo que isso pareça irrelevante para clientes de um segmento que cobra mais de R$ 200 mil por um carro.
No teste Folha-Mauá, o ML 320, com seus 224 cv (cavalos), consumiu 7,8 km/l na cidade. Mesmo econômico, ficou atrás do único utilitário a diesel que já passou pelo teste: o Land Rover Range Rover registrou, em setembro, 8,5 km/l.
Ser diesel também é uma boa razão de compra, já que poucos modelos de luxo rodam com o combustível. O BMW X5 (R$ 303 mil) e o Porsche Cayenne (R$ 299 mil), também são V6, mas só queimam gasolina.

Pinta
Mesmo sem a agilidade do "irmão", o diesel não deixa o Mercedes preguiçoso nas retomadas ou chocho nas acelerações. Embalado pelo câmbio de sete marchas, o utilitário despacharia metidos a esportivos como o Volkswagen Polo GT 2.0, que pesa a metade.
A pinta de invocado, realçada pelas rodas de aro 20 e pelos "músculos" moldados em aço, faz do Classe M um Mercedes sem aquele ar conservador encontrado, por exemplo, no Classe E, que custa o equivalente e não tem tração integral.
Projetado para ser um "off-road" e calçado com pneus para andar no asfalto, o ML 320 solta cheiro de enxofre pelo escapamento. "Culpa do diesel nacional", diz Roberto Gasparetti, diretor de vendas da Mercedes.
O odor, entretanto, não invade a cabine, que oferece três zonas de ar-condicionado e DVD no painel. O porta-malas com abertura e fechamento elétricos é outra comodidade, assim como a câmera traseira que auxilia nas manobras.
Quem já andou no Range Rover V8 a diesel pode até dizer que falta uma pitada de tempero no ML 320, mas isso é para os que podem pagar R$ 376 mil pelo inglês. (FELIPE NÓBREGA)


O carro foi cedido para teste pela montadora


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