São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Peças & Acessórios

Fábrica usa moda para se aproximar de clientes

Montadoras aumentam oferta de roupa e acessórios, que criam, no consumidor, desejo de ter carro; visibilidade também cresce

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS

Você morre de saudades do Chevrolet Opala? É impossível comprar um novinho, mas dá para usar o modelo estampado no peito. À venda no que a empresa chama de Chevy Store -um espaço dentro das revendas-, a camiseta com o sedã mostra a tendência de montadoras venderem roupa.
"As pessoas compram um carro como uma roupa. Se alguém quer mostrar que é aventureiro, vai comprar um CrossFox", pontua Marcelo Olival, gerente de marketing da Volkswagen. "Há quem gostaria de mudar a cor do carro todo dia."
Não disponível nem mesmo na Alemanha, a Collection da Volkswagen se preocupa em não parecer apenas um brinde -e é assim com todas as fábricas que têm se enveredado pelos negócios da moda.
É claro que nenhuma delas vai trocar os carros pelas roupas, mas o fato é que esses acessórios aumentam sua visibilidade, diz Cássio Pagliarini, diretor de marketing da Renault.
A montadora acaba de lançar a linha Stepway -batizada com o nome da versão "off-road" do Sandero- de olho em quem tem a mesma veia aventureira. "Ela remete ao desejo, aquele "vou conseguir" de quem compra um Sandero 1.0", completa Acacio Braz, do marketing de acessórios da Renault.

Vínculo
Quem pode se dar ao luxo de atropelar o lado aspiracional tem à disposição a gama da Mercedes-Benz, renovada a cada 18 meses, em média. Atualmente, a coleção é assinada pela estilista Isabella Giobbi, e uma camiseta masculina custa R$ 175. O modelo da linha Stepway sai por R$ 41.
Tania Silvestri, diretora de marketing e desenvolvimento de rede da Mercedes, vê como razão de compra de uma peça da Collection, também disponível para veículos comerciais, "o desejo de possuir algo da marca". "Ela é reconhecida, tem valores claros ao cliente."
Para Marcelo Ciasca, gerente comercial da General Motors, as roupas criam um vínculo, uma paixão pelos modelos. "As crianças já se identificam com um modelo específico. Quando os pais compram para os filhos [uma roupa com a marca], é a "ponta da iniciativa"."
Em outras palavras, quando um adolescente quer uma camiseta de uma montadora, vai alimentando o desejo de ter um carro daquela mesma marca até que complete 18 anos.
"O consumidor leva a mulher e o filho quando vai comprar o carro, e eles acabam comprando algo da grife. Ela abre uma janela com o público que não compra carro", analisa Rosália Andrade, da seção de marketing de relacionamento da Fiat.
Ainda que seja reconhecida pelo público por seus veículos "populares" -ela tenta reverter essa imagem com o Punto e o Linea-, a Fiat tem diversas ligações com o mundo da moda.
Ao lançar o sedã, perguntou ao estilista Oskar Metsavaht, da Osklen, como seria, por exemplo, o sapato que o comprador do Linea calçaria. O resultado está à venda na Osklen.


Texto Anterior: Esportivo é ameaçado por lei ambiental
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.