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Peças & Acessórios
Fábrica usa moda para se aproximar de clientes
Montadoras aumentam oferta de roupa e acessórios, que criam, no consumidor, desejo de ter carro; visibilidade também cresce
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS
Você morre de saudades do
Chevrolet Opala? É impossível
comprar um novinho, mas dá
para usar o modelo estampado
no peito. À venda no que a empresa chama de Chevy Store
-um espaço dentro das revendas-, a camiseta com o sedã
mostra a tendência de montadoras venderem roupa.
"As pessoas compram um
carro como uma roupa. Se alguém quer mostrar que é aventureiro, vai comprar um CrossFox", pontua Marcelo Olival,
gerente de marketing da Volkswagen. "Há quem gostaria de
mudar a cor do carro todo dia."
Não disponível nem mesmo
na Alemanha, a Collection da
Volkswagen se preocupa em
não parecer apenas um brinde
-e é assim com todas as fábricas que têm se enveredado
pelos negócios da moda.
É claro que nenhuma delas
vai trocar os carros pelas roupas, mas o fato é que esses acessórios aumentam sua visibilidade, diz Cássio Pagliarini, diretor de marketing da Renault.
A montadora acaba de lançar
a linha Stepway -batizada com
o nome da versão "off-road" do
Sandero- de olho em quem
tem a mesma veia aventureira.
"Ela remete ao desejo, aquele
"vou conseguir" de quem compra um Sandero 1.0", completa
Acacio Braz, do marketing de
acessórios da Renault.
Vínculo
Quem pode se dar ao luxo de
atropelar o lado aspiracional
tem à disposição a gama da
Mercedes-Benz, renovada a cada 18 meses, em média. Atualmente, a coleção é assinada pela estilista Isabella Giobbi, e
uma camiseta masculina custa
R$ 175. O modelo da linha Stepway sai por R$ 41.
Tania Silvestri, diretora de
marketing e desenvolvimento
de rede da Mercedes, vê como
razão de compra de uma peça
da Collection, também disponível para veículos comerciais,
"o desejo de possuir algo da
marca". "Ela é reconhecida,
tem valores claros ao cliente."
Para Marcelo Ciasca, gerente
comercial da General Motors,
as roupas criam um vínculo,
uma paixão pelos modelos. "As
crianças já se identificam com
um modelo específico. Quando
os pais compram para os filhos
[uma roupa com a marca], é a
"ponta da iniciativa"."
Em outras palavras, quando
um adolescente quer uma camiseta de uma montadora, vai
alimentando o desejo de ter um
carro daquela mesma marca
até que complete 18 anos.
"O consumidor leva a mulher
e o filho quando vai comprar o
carro, e eles acabam comprando algo da grife. Ela abre uma
janela com o público que não
compra carro", analisa Rosália
Andrade, da seção de marketing de relacionamento da Fiat.
Ainda que seja reconhecida
pelo público por seus veículos
"populares" -ela tenta reverter essa imagem com o Punto e
o Linea-, a Fiat tem diversas ligações com o mundo da moda.
Ao lançar o sedã, perguntou
ao estilista Oskar Metsavaht,
da Osklen, como seria, por
exemplo, o sapato que o comprador do Linea calçaria. O resultado está à venda na Osklen.
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