São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2008

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Esportivo é ameaçado por lei ambiental

Limites de emissão de poluentes afetam, em especial, fábricas ligadas a grandes grupos, como Ferrari

DA REUTERS

Se as montadoras européias se digladiam com ambientalistas e parlamentares sobre limites de emissões de poluentes, os fabricantes de esportivos lutam para serem ouvidos.
Os ambientalistas dizem que os esportivos -com motores que jogam no ar três vezes mais dióxido de carbono (CO2) que um veículo comum- não têm espaço num mundo que tenta barrar a mudança climática.
Mas Lamborghini e companhia argumentam que a arte que exercem precisa de proteção, justificando que usam tecnologia de ponta para salvar o planeta em produções inferiores a 10 mil unidades por ano.
Acrescentam que, em geral, os carros esportivos só saem das garagens aos finais de semana, contribuindo com apenas 0,3% das emissões automotivas na União Européia.
O medo é que essas marcas percam competitividade caso tenham de se adaptar a novas normas de emissão. A Europa propõe cortar a emissão de CO2 de carros novos para 120 gramas por quilômetro até 2012. Hoje o legal é de 160 g/km.
Os esportivos, que ficam entre 200 g/km e 500 g/km de CO2, terão uma categoria própria. "Queremos benefício ao ambiente, mas não que regras desproporcionais deixem em desvantagem fabricantes de nicho", afirma um diplomata inglês em Bruxelas.
Essas marcas poderão negociar limites individuais. "Não acredito que a intenção seja nos extinguir", opina Bradley Yorke-Biggs, diretor de estratégia da Aston Martin.
Mas a situação para seus competidores italianos e alemães é mais incerta por pertencerem a grupos maiores.
"Estamos comprometidos a reduzir a emissão de CO2 drasticamente, estamos fazendo o possível sem destruir nosso DNA", diz Stephan Winkelmann, chefe-executivo da Lamborghini, que pertence à Volkswagen. "Mas nunca vamos atingir 120 g/km."
"A Fiat não concorda com a proposta atual [que coloca empresas pequenas nas metas das grandes], que discrimina Ferrari e Maserati", diz Gualberto Ranieri, porta-voz do grupo.
A União Européia entende que a Fiat deva distribuir o fardo da emissão dos esportivos por outras marcas, o que a Fiat acredita que adicionaria 1 g/km nos demais carros.


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