|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Esportivo é ameaçado por lei ambiental
Limites de emissão de poluentes afetam, em especial, fábricas ligadas a grandes grupos, como Ferrari
DA REUTERS
Se as montadoras européias
se digladiam com ambientalistas e parlamentares sobre limites de emissões de poluentes,
os fabricantes de esportivos lutam para serem ouvidos.
Os ambientalistas dizem que
os esportivos -com motores
que jogam no ar três vezes mais
dióxido de carbono (CO2) que
um veículo comum- não têm
espaço num mundo que tenta
barrar a mudança climática.
Mas Lamborghini e companhia argumentam que a arte
que exercem precisa de proteção, justificando que usam tecnologia de ponta para salvar o
planeta em produções inferiores a 10 mil unidades por ano.
Acrescentam que, em geral,
os carros esportivos só saem
das garagens aos finais de semana, contribuindo com apenas 0,3% das emissões automotivas na União Européia.
O medo é que essas marcas
percam competitividade caso
tenham de se adaptar a novas
normas de emissão. A Europa
propõe cortar a emissão de CO2
de carros novos para 120 gramas por quilômetro até 2012.
Hoje o legal é de 160 g/km.
Os esportivos, que ficam entre 200 g/km e 500 g/km de
CO2, terão uma categoria própria. "Queremos benefício ao
ambiente, mas não que regras
desproporcionais deixem em
desvantagem fabricantes de
nicho", afirma um diplomata
inglês em Bruxelas.
Essas marcas poderão negociar limites individuais. "Não
acredito que a intenção seja
nos extinguir", opina Bradley
Yorke-Biggs, diretor de estratégia da Aston Martin.
Mas a situação para seus
competidores italianos e alemães é mais incerta por pertencerem a grupos maiores.
"Estamos comprometidos a
reduzir a emissão de CO2 drasticamente, estamos fazendo o
possível sem destruir nosso
DNA", diz Stephan Winkelmann, chefe-executivo da
Lamborghini, que pertence à
Volkswagen. "Mas nunca vamos atingir 120 g/km."
"A Fiat não concorda com a
proposta atual [que coloca empresas pequenas nas metas das
grandes], que discrimina Ferrari e Maserati", diz Gualberto
Ranieri, porta-voz do grupo.
A União Européia entende
que a Fiat deva distribuir o fardo da emissão dos esportivos
por outras marcas, o que a Fiat
acredita que adicionaria 1 g/km
nos demais carros.
Texto Anterior: Cartas Próximo Texto: Peças & Acessórios: Fábrica usa moda para se aproximar de clientes Índice
|