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teste folha-mauá
De tão feio, Palio anterior nem foi rebaixado a Fire; novo melhorou
Modelo 2010 ganha a frente do Siena e resolve seu conflito de linhas estranhas
DA REPORTAGEM LOCAL
Giorgetto Giugiaro não foi
eleito o designer do século passado à toa. Desenhou ícones da
indústria como o Volkswagen
Golf (1974), o Fiat Uno (1983), o
Lotus Esprit (1972) e até o De
Lorean DMC (1981). É aquele
carro futurista movido a casca
de banana do filme "De Volta
para o Futuro" (1985).
Giugiaro, um italiano de 70
anos -40 desenhando carro-,
também deu vida a outro mito:
o Palio. Acredite, o Palio, de
1996, é um mito. Apareceu no
momento exato em que todos
acreditavam em um carro
mundial e, anos depois, viram
que era uma ingênua utopia.
Ou você viu o Palio 2010 no
site da Fiat na Itália? Nem pensar. Ele só é feito aos borbotões
em Betim (MG) e é vice-líder
há anos do mercado brasileiro.
Só que meteram o bedelho
no desenho de Giugiaro. O primeiro Palio tinha linhas harmoniosas e, até a chegada do
Peugeot 206, era belo.
Quatro anos depois, em setembro de 2000, veio a primeira reestilização, e tudo mudou.
A simetria não era essas coisas,
mas não comprometia o legado.
De novo, a mão santa de Giugiaro mudou a cara do Palio.
Foi em outubro de 2003. A fluidez voltou a correr solta pelas
linhas do compacto, que perdura até hoje como Fire Flex.
Feio é você
Numa noite mal dormida,
desenharam então um substituto para ele. Giugiaro não estava lá em março de 2007 e perderam a mão. O carro ficou feio.
Parecia projetado por um estúdio amador de design chinês.
A traseira tinha uma lanterna
exagerada, e a frente, zero de
carisma. Só faltava aquele singelo adesivo do para-brisa do
primeiro Ka: "Feio é você!".
É a melhor explicação para
uma vida tão curta -apenas um
ano e nove meses-, a menor
das quatro gerações do Palio.
Ele nem sentiu o gosto amargo de ser rebaixado para Fire,
como ocorreu nas outras gerações. Foi simplesmente banido.
Mas agora o Palio com toque
de Siena volta a ser agradável
de olhar. Lança mão de um recurso que o recalcado Siena um
dia chamou de "size impression" (impressão de tamanho).
Explica-se: as linhas horizontais dão ideia de maior largura.
A grade pronunciada passa um
quê de comprido. Pura impressão, com pouco efeito prático.
O que o Palio tem de real é o
que faz dele um sucesso de vendas. É fácil de guiar, tem comandos macios e bem assistidos, manutenção realista e pode ser vendido na porta de uma
padaria, com o troco do pão
quente.
(FABIANO SEVERO)
A Fiat cedeu o carro para teste
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