TESTE FOLHA-MAUÁ
FELIPE NÓBREGA
DE SÃO PAULO

Os utilitários esportivos nasceram com um único propósito: conciliar a valentia "off-road" de um jipe com o conforto de um sedã urbano.
Só esqueceram de avisar isso para o pessoal da Motorsport (M), a divisão de competições da BMW.
Foram eles que desenvolveram as versões M do X5 e do X6 -a última se diferencia pela caída da traseira semelhante à de um cupê.
Verdadeiros esportivos tamanho-família, os dois brutamontes de 555 cv cada um serão atrações da BMW no Salão de São Paulo, que começa no próximo dia 27.
Mas basta um golpe de vista para perceber que esses dois BMW têm fobia de lama, a começar pelo acabamento "tunado" e pela suspensão rebaixada de série.
Os pneus de perfil baixo -mais largos na traseira, como em superesportivos natos- em rodas de aro 20 são outra dica de que foram educados para se comportar bem só no asfalto.
Fora da estrada, se não vierem embalados, mal conseguem subir um barranco com grama molhada. E são os primeiros M com tração integral (nos outros, só atrás).
Foi aí que a BMW caprichou. Só os controles dinâmicos de estabilidade (para asfalto bom) justificam, na prática, tamanha força dos motores V8 biturbo. São quase 70 kgfm de torque, oito vezes a força do Fiat Mille 1.0.
Já os amortecedores com nivelamento eletrônico não deixam a carroceria rolar em curvas rápidas, o que é comum no segmento. Pena que o conforto seja sacrificado.
Pelo menos o X6, com direção mais direta, não dá sustos, o que realça a jovialidade e mostra por que é o M mais vendido da BMW -e o mais caro depois que M5 e M6 saíram de cena. O X6 custa R$ 470 mil, cerca de 5% a mais que o X5 e que rivais como o Mercedes ML 63 AMG e o Range Rover Vogue.
Com qualquer um deles não há desculpas para atrasar ao levar as crianças para a escola. Confira os testes na página 12 e descubra qual deles chega mais rápido.


Próximo Texto: Na terra, Vogue vence o duelo de jipões
Índice | Comunicar Erros