Botão "M" no volante muda a personalidade e as configurações dos "jipões", mas consumo vai para as alturas

DE SÃO PAULO

O sinal vermelho da avenida Europa (zona oeste) é testemunha. Um Nissan 350Z para ao lado do grandalhão BMW X6 M e começa a rosnar o motor V6 de 280 cv. Pura provocação.
Para desavisados, parece covardia o lépido cupê chamar um utilitário esportivo, com mais do que o dobro do seu peso, para um duelo.
Luz verde, e o motorista do esportivo japonês sai rasgando, despreocupado com qualquer lei de trânsito.
Ainda estático, o BMW sabia que, no dia anterior, numa pista de teste, havia atingido 100 km/h em parcos 4,6s. Marca que o coloca à frente até de superesportivos como o Audi R8 V10 (525 cv).
Assim como o recém-lançado X5 M, o X6 M também vem equipado com motor V8 4.4 biturbo (555 cv) e câmbio automático de seis marchas com trocas bem rápidas.
Mas é o botão "M", no volante, que faz os passageiros do utilitário sentirem frio na barriga. Ao ser pressionado, o carro firma os amortecedores, enrijece o volante e "estica" as marchas até o limite.
Nessa hora, o torque chega a 69,3 kgfm -metade da força de um caminhão Scania.
A máxima do BMW é limitada eletronicamente em 250 km/h. A essa velocidade, porém, você vai se sentir mais seguro em um Porsche 911 Carrera (355 cv), no qual não se guia do segundo andar.

SÓCIO DO POSTO
No X5 M, de R$ 447 mil, o frio na barriga também é de série, assim como a câmera auxiliar para manobras e o teto solar panorâmico.
No X6 M, há também projetor de navegação no para-brisa e um (inútil) apoio de braço central, que rouba o espaço do quinto ocupante.
Atrás, não há sistema de entretenimento. Melhor arrumar algo para os passageiros se distraírem, pois, se prestarem atenção no marcador de combustível do BMW, vão tomar um susto.
O jipão faz cerca de 5 km/l na cidade e não passa de 8,5 km/l na estrada, aponta o teste Folha-Mauá.
Com o preço da gasolina Podium a quase R$ 3, sai mais barato andar de táxi.