São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2000

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Clio, Corsa, Plo, Siena...

Agora, o Fiesta



Fotos exclusivas mostram que o compacto da Ford também deve ter a sua versão sedã à venda no Brasil a partir do próximo ano

Silvio Porto
Mesmo camuflado, o Ford Ikon, fotografado em estradas do Vale do Paraíba, permite notar o retrovisor, os borrachões e as rodas iguais do modelo produzido na Índia


GUSTAVO HENRIQUE RUFFO
DA REPORTAGEM LOCAL

Lanterninha das quatro grandes fábricas nacionais, a Ford se prepara -a exemplo da Renault, com o Clio Sedan, da Fiat, com o novo Siena, e da VW, com o novo Polo Classic- para apostar no mercado de sedãs pequenos.
As fotos publicadas nesta edição pela Folha demonstram que ela vem testando no país o sedã Ikon, versão três volumes (com porta-malas saliente) do Fiesta fabricada atualmente só na Índia.
Há duas fortes razões para produzi-lo no Brasil: o mercado argentino (cujos campeões de vendas são os sedãs pequenos) e a necessidade que a Ford tem de ampliar sua gama, principalmente no segmento de "populares".
O presidente da Ford, Antônio Maciel Neto, porém, nega: "Fabricá-lo aqui demandaria um tremendo investimento". O custo realmente não seria baixo. Apesar de aparentemente idênticos, o Ikon tem entreeixos maior e portas traseiras diferentes das do Fiesta, o que encarece o projeto.
A Fiat, por exemplo, decidiu montar aqui o médio Brava porque, entre outros fatores, o modelo divide diversas peças com o Marea, inclusive as portas.
A negativa quanto à produção, contudo, não exclui a venda do carro no país. "Estamos estudando esse produto, ainda em fase bastante preliminar, para importá-lo do México, onde ele será produzido a partir do começo de 2001. Não há nada decidido, mas está em estudo", afirma Maciel.
O Ikon, apresentado no México neste mês, no salão Autoexpo 2000, será montado na fábrica de Cuautitlán e vendido no país em meados de fevereiro de 2001.
A vinda do sedã se deveria à exportação para o México da picape Courier, já vendida no país, do Ka, de motores Zetec RoCam e de transmissões.
"Como nós temos um programa muito grande de exportações para lá, estamos estudando (a importação do Ikon) para fazer um equilíbrio de comércio. Os mexicanos estão querendo mandar alguma coisa para cá", diz Maciel.

Fase de estudos
O carro fotografado, com camuflagem, seria uma das duas unidades rodando no país. "Nós as trouxemos para poder estudar os custos, fazer análise de suspensão, de combustível. Tudo isso faz parte de quanto nós vamos ter de investir para importá-lo."
Para atender a necessidade da Ford de ampliar sua oferta de produtos, principalmente no segmento "popular", o Ikon deve vir do México com essa opção.
"Ele precisaria ter motor 1.0 por causa da nossa estrutura tributária. Temos de mandar (motores) 1.0 e trazer o produto pronto."
A importação do Ikon frustra a intenção de ampliar essa oferta para os países do Mercosul, principalmente para a Argentina.
Se for realmente trazido do México, o carro não poderá ser exportado sem taxação para Argentina, Paraguai e Uruguai.


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