São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 2004

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SAÚDE

Médicos dão dicas para atenuar os problemas decorrentes do calor excessivo

Idéias ajudam a enfrentar o "efeito estufa" no veículo

LARA SCHULZE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Há um inimigo no trânsito contra o qual não adianta esbravejar: o calor. São diversos os problemas que ele, a irritação e a exposição ao sol provocam no corpo e no humor de motorista e passageiro.
O bafo quente do asfalto, os gases tóxicos lançados dos escapamentos dos carros e o sol podem causar mal-estar, resultando em reações como falta de ar, sudorese, desidratação, inchaço, vasodilatação, cansaço precoce e estresse (físico e emocional).
Os hipertensos e aqueles que já tiveram um ataque cardíaco devem voltar ao médico no início do verão para ajustar o remédio, "principalmente quem está com a dosagem alta", diz o coordenador da Liga de Hipertensão do Hospital das Clínicas, Décio Mion.
"Com a vasodilatação, os hipertensos ficam mais expostos a males como moleza, tontura, fraqueza e sensação de desmaio."
Segundo o cardiologista do hospital Albert Einstein Elias Knobel, 60, o estresse momentâneo do trânsito pode causar taquicardia, agravando o quadro. Para conter a irritação, médicos e psicólogos recomendam que os motoristas tentem relaxar -ouvindo música, por exemplo.
A hidratação constante é imprescindível. O diretor do serviço médico do Detran de São Paulo, Moise Seid, 57, recomenda ingestão de líquidos a todos que estiverem no carro em trajetos longos.

Alternativas
Quem não tem ar-condicionado usa os vidros abertos e a criatividade. É o caso da instrutora de swásthya yôga Milena Rosolen, 26, que leva um leque no porta-luvas de seu Fiat Mille. "É para ajudar a espantar o calorão." Ela também apela para o "insulfilm".
A película, aplicada nos vidros e permitida por lei, protege contra o calor e contra os raios UV (ultravioleta), amenizando a incidência direta do sol na pele, parte do corpo que mais sofre no verão.
Segundo a relações públicas da Insulfilm do Brasil, Salete de Vita, o produto bloqueia até 90% dos raios UV. A sensação de calor cai, pois ele fica retido no vidro.
A arquiteta Inês Capobianco, 49, que tem a pele propensa a manchas, luta há muito tempo contra a exposição ao sol. "Nunca dispensei o "insulfilm", até quando era proibido", diz ela, que, certa vez, a caminho do Guarujá, teve o carro revistado por causa disso. "Expliquei que estava me escondendo do sol, e não da polícia".
A pele requer cuidados específicos para evitar manchas, envelhecimento e até câncer. Segundo a dermatologista Ligia Kogos, dias de mormaço também queimam, e o bafo quente do interior do veículo ajuda a escurecer e a aumentar as manchas. O protetor solar, portanto, é grande aliado.


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