São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 2009

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peças & acessórios

Lei confusa limita uso do xenônio

Para Contran, limpador de farol é obrigatório, mas Detran de SC libera carro sem o acessório

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma nova resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) deveria, desde 1º de janeiro, regulamentar a utilização das lâmpadas de xenônio não-originais. Mas a falta de entendimento entre o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), os Detran (Departamento Estadual de Trânsito) e os centros de inspeção atrapalha a regularização da lei.
Na sexta-feira, o Denatran emitiu um comunicado deixando claro que todos os veículos originais ou modificados para usar lâmpadas de xenônio deveriam ter esguicho para limpeza do farol e sistema de regulagem de altura do facho. E a luz deve ser branca, e não azul.
O Detran-SP, porém, argumenta que ainda não permitiu a modificação nos carros porque aguardava um comunicado oficial do Denatran e do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).
Segundo o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), qualquer alteração nas características do veículo deve ser autorizada pelo Detran, que, após receber o CSV (Certificado de Segurança Veicular) do Inmetro, emite um novo documento do carro atestando para a modificação.
Em comunicado à Folha, o Detran-SP disse que vai começar a regularizar a alteração do sistema de iluminação conforme determinação do Denatran.
O Detran-SC, entretanto, regulamentou as lâmpadas de xenônio do Honda Civic 2007 do empresário Paulo Franzoni, 27, no dia 9 de janeiro.
"Foram R$ 209,50 e dois dias percorrendo órgãos públicos e centros de inspeção veicular. Mas não precisei instalar nenhum dispositivo de limpeza ou regulador automático de farol para passar na inspeção em Santa Catarina", diz Franzoni.
O engenheiro Álvaro Beiro, responsável pelo laudo, entendeu que as obrigatoriedades eram apenas para modelos produzidos neste ano.

Blitz
Para evitar isso, "os centros de inspeção precisam se credenciar no Inmetro para realizar este tipo de vistoria", afirma Aldoney Freire Costa, coordenador-geral do Inmetro.
Sem o CSV, mesmo atendendo às exigências técnicas, o automóvel pode ser apreendido e multado em R$ 127,69.
Isso quase aconteceu com o instalador Júnior Lima, 23, que não havia regulamentado as lâmpadas de xenônio do seu Fiat Palio. Foi obrigado a retirá-las numa blitz policial, logo na primeira semana do ano.
"Sorte que eu carregava no porta-luvas um par de lâmpadas originais", conta Lima.
Já os veículos com faróis de xenônio de fábrica não precisam passar pela inspeção, mas devem ter o limpador de farol, como no novo Toyota Corolla.
As lâmpadas de xenônio sempre causaram polêmica na hora da instalação, principalmente porque são até três vezes mais potentes que as lâmpadas halógenas comuns.
Ao mesmo tempo que ampliam o campo de visão noturna do motorista e a sua segurança, podem, se tiverem fora dos padrões técnicos e de regulagem, ofuscar a vista de outros condutores e provocar acidentes. (FELIPE NÓBREGA)


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