São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 2009

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Revendas evitam carros feitos até 2004

Estoque alto e taxa de juros elevada fazem "velhinhos" encalharem

FELIPE NÓBREGA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com os pátios cheios de carros usados, as concessionárias de São Paulo estão mais exigentes para comprar e evitam carros fabricados até 2004.
Com a virada do ano e o aumento dos estoques, os modelos com mais de oito anos de uso encontram ainda mais dificuldade para serem aceitos.
As revendas, em geral, só compram esses usados em caso de troca por um novo e pagam pelo menos 20% abaixo do valor da tabela Datafolha.
O aposentado Sarkis Gueogjian, 56, diz ter tomado um susto quando ofertaram R$ 15 mil pelo seu Toyota Corolla 2002 -na tabela, vale R$ 25 mil.
"Quanto mais antigo o modelo, mais difícil é para revendê-lo", justifica Fernanda Dessie, assistente de negócios da concessionária Paris.
No caso de financiamento, os "velhinhos" pagam juros mais altos e têm de passar por processos mais criteriosos até a liberação de crédito nos bancos.
Numa venda em 48 vezes, Ricardo Braschi, avaliador da Amazonas, cobra taxa de 1,9% ao mês para um modelo 2004 e 2,25% ao mês para um 1998.

IPI
Além disso, a redução de até 7% no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos novos -vai até 31 de março- empurrou os usados para baixo.
"Nem mesmo de particular para particular o consumidor consegue o valor de tabela", afirma Rubens Medina, gerente de vendas da Caltabiano.
A supervisora de planejamento Cristina Cardoso, 43, que não aceitou a proposta de R$ 15 mil pelo seu Volkswagen Fox 2004 numa concessionária, diz ter conseguido R$ 19 mil numa venda para particular.
"O valor é bem menor que os R$ 24,6 mil da tabela, mas estou satisfeita porque comprei uma [Fiat] Palio Adventure nova por R$ 52,3 mil. Antes da redução do imposto, ela custava R$ 60 mil", lembra.
O momento, entretanto, não favorece quem precisa apenas se desfazer do automóvel.
Douglas Gonçalves, 42, tentou vender seu Volkswagen Polo 2004, mas viu o preço cair de R$ 30 mil para R$ 22 mil em pouco mais de dois meses.


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