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Touareg é retocado e ganha até bússola
Jipão da Volkswagen freia melhor e prepara passageiros para capotamento; custará a partir de R$ 227 mil
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL À TUNÍSIA
Quando alguém enfrenta tudo e todos sem medo, diz-se
que "deu cara para bater". A
Volkswagen, ao entrar no segmento de utilitários esportivos
de luxo, fez isso. E foi na cara do
Touareg que ela mexeu após
pouco mais de quatro anos de
existência e 350 mil unidades
vendidas -cerca de 400 no território brasileiro.
A montadora contabiliza
2.300 novos componentes, mas
as mudanças mais evidentes
estão na dianteira. Assim como
o resto da família, o Touareg ganhou faróis com base irregular.
Também são novos o pára-choque e a grade. Na traseira, as
lanternas apenas ficaram mais
escuras. Os retrovisores têm
repetidores de setas por LEDs.
"Queríamos uma evolução, e
não uma revolução", justifica
Lothar Sander, do conselho de
gerenciamento da Volkswagen.
O desenho é a principal razão
de compra do Touareg, e a
Volkswagen acredita que a traseira ainda é "o ângulo mais bonito do carro". Preferiu não arriscar com mudanças radicais.
Mas as alterações principais
do Touareg são visíveis a olho
nu. A única real novidade é o
que a empresa patenteou com o
nome de ABSplus. Os freios antitravamento têm um sistema
que "empurra" o material da
estrada, como areia, para a
frente das rodas, criando uma
"barreira". A VW afirma que isso é suficiente para reduzir a
distância da frenagem em 20%.
Os demais itens de segurança, que agora chegam ao Touareg, já estão presentes nos seus
concorrentes. Como no Volvo
XC90, um sistema percebe se
haverá um capotamento, deixando os airbags em "alerta" e
os cintos mais presos aos corpos antes do acidente.
Como no BMW X5, há sensores nos pára-choques dianteiro
e traseiro, que apitam em caso
de obstáculos muito próximos.
Sedãs de luxo, como o Jaguar
S-Type, já aceleram e freiam
conforme os padrões preestabelecidos pelo motorista.
E muitas novidades vêm do
Audi Q7, com quem o Touareg
divide a linha de montagem.
Uma câmera instalada acima
da placa traseira ajuda o motorista nas manobras. Os retrovisores indicam se, na ultrapassagem, há algum carro ao lado
do jipão, evitando o ponto cego.
O motor também é o do Q7.
Com injeção direta de combustível, o propulsor V8 (oito cilindros em "V") gera 350 cv
-eram 310 cv. No V6, são 280
cv. A Volkswagen ainda estuda
a importação do W12 (450 cv)
sob encomenda.
O propulsor V10 a diesel, que
fez o Touareg puxar um
Boeing-747 (um jumbo), não
está homologado para ser vendido no Brasil. O torque (força)
é cavalar: são 76,5 kgfm a apenas 2.000 rotações.
Por dentro, o Touareg ostenta um painel maior. Nele, podem aparecer um velocímetro
digital (além do analógico) e
uma bússola -se alguém tiver
coragem de se emaranhar num
local ermo com o carro.
Se ela não funcionar e o motorista ficar perdido, poderá relaxar em bancos oito quilos
mais leves ao som da marca dinamarquesa Dynaudio.
Sem inflação
O novo Touareg começa a ser
vendido no Brasil entre junho e
julho. Seguindo a orientação da
matriz de não aumentar os preços, a versão V6 seguirá custando US$ 103 mil (R$ 227 mil), e a
V8 continuará sendo vendida
por US$ 132 mil (R$ 290 mil).
O Volvo XC90 -varia de R$
227 mil (Turbo) a R$ 276 mil
(V8)- é o único concorrente
em preço. O BMW X5 4.4 custa
R$ 397 mil, e o Mercedes-Benz
ML 500 sai por R$ 330 mil.
Lothar Sander diz que a
Volkswagen não está mais
preocupada em vender carros
baratos, mas no valor do produto. Ainda assim, se o proprietário se preocupar com seu bolso,
deve saber que a injeção direta
de gasolina permite que o novo
Touareg V8 rode 100 km com
um litro a menos de gasolina.
JOSÉ AUGUSTO AMORIM viajou a convite da
Volkswagen, que cedeu o carro para avaliação
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