São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 2007

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Touareg é retocado e ganha até bússola

Jipão da Volkswagen freia melhor e prepara passageiros para capotamento; custará a partir de R$ 227 mil

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL À TUNÍSIA

Quando alguém enfrenta tudo e todos sem medo, diz-se que "deu cara para bater". A Volkswagen, ao entrar no segmento de utilitários esportivos de luxo, fez isso. E foi na cara do Touareg que ela mexeu após pouco mais de quatro anos de existência e 350 mil unidades vendidas -cerca de 400 no território brasileiro.
A montadora contabiliza 2.300 novos componentes, mas as mudanças mais evidentes estão na dianteira. Assim como o resto da família, o Touareg ganhou faróis com base irregular. Também são novos o pára-choque e a grade. Na traseira, as lanternas apenas ficaram mais escuras. Os retrovisores têm repetidores de setas por LEDs.
"Queríamos uma evolução, e não uma revolução", justifica Lothar Sander, do conselho de gerenciamento da Volkswagen. O desenho é a principal razão de compra do Touareg, e a Volkswagen acredita que a traseira ainda é "o ângulo mais bonito do carro". Preferiu não arriscar com mudanças radicais.
Mas as alterações principais do Touareg são visíveis a olho nu. A única real novidade é o que a empresa patenteou com o nome de ABSplus. Os freios antitravamento têm um sistema que "empurra" o material da estrada, como areia, para a frente das rodas, criando uma "barreira". A VW afirma que isso é suficiente para reduzir a distância da frenagem em 20%.
Os demais itens de segurança, que agora chegam ao Touareg, já estão presentes nos seus concorrentes. Como no Volvo XC90, um sistema percebe se haverá um capotamento, deixando os airbags em "alerta" e os cintos mais presos aos corpos antes do acidente.
Como no BMW X5, há sensores nos pára-choques dianteiro e traseiro, que apitam em caso de obstáculos muito próximos. Sedãs de luxo, como o Jaguar S-Type, já aceleram e freiam conforme os padrões preestabelecidos pelo motorista.
E muitas novidades vêm do Audi Q7, com quem o Touareg divide a linha de montagem. Uma câmera instalada acima da placa traseira ajuda o motorista nas manobras. Os retrovisores indicam se, na ultrapassagem, há algum carro ao lado do jipão, evitando o ponto cego.
O motor também é o do Q7. Com injeção direta de combustível, o propulsor V8 (oito cilindros em "V") gera 350 cv -eram 310 cv. No V6, são 280 cv. A Volkswagen ainda estuda a importação do W12 (450 cv) sob encomenda.
O propulsor V10 a diesel, que fez o Touareg puxar um Boeing-747 (um jumbo), não está homologado para ser vendido no Brasil. O torque (força) é cavalar: são 76,5 kgfm a apenas 2.000 rotações.
Por dentro, o Touareg ostenta um painel maior. Nele, podem aparecer um velocímetro digital (além do analógico) e uma bússola -se alguém tiver coragem de se emaranhar num local ermo com o carro.
Se ela não funcionar e o motorista ficar perdido, poderá relaxar em bancos oito quilos mais leves ao som da marca dinamarquesa Dynaudio.

Sem inflação
O novo Touareg começa a ser vendido no Brasil entre junho e julho. Seguindo a orientação da matriz de não aumentar os preços, a versão V6 seguirá custando US$ 103 mil (R$ 227 mil), e a V8 continuará sendo vendida por US$ 132 mil (R$ 290 mil).
O Volvo XC90 -varia de R$ 227 mil (Turbo) a R$ 276 mil (V8)- é o único concorrente em preço. O BMW X5 4.4 custa R$ 397 mil, e o Mercedes-Benz ML 500 sai por R$ 330 mil.
Lothar Sander diz que a Volkswagen não está mais preocupada em vender carros baratos, mas no valor do produto. Ainda assim, se o proprietário se preocupar com seu bolso, deve saber que a injeção direta de gasolina permite que o novo Touareg V8 rode 100 km com um litro a menos de gasolina.


JOSÉ AUGUSTO AMORIM viajou a convite da Volkswagen, que cedeu o carro para avaliação


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