São Paulo, domingo, 18 de maio de 2008

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Maior que Classe E, Accord abole mimos de Classe A

Importado do Japão, sedã da Honda é rápido, mas carece de sensor de obstáculo e câmbio seqüencial; novo motor V6 gera 278 cv

DA REPORTAGEM LOCAL

A Hyundai se orgulha de dizer que o Azera é mais potente que o Mercedes Classe C, mais espaçoso que o BMW Série 7 e mais admirado que o Lexus.
Era a propaganda que a Honda precisava para divulgar a oitava geração do Accord -no Brasil ele está na quinta.
O sedã em nada lembra aquele hatch pequeno com motor 1.6 de 68 cv (cavalos) que se meteu a besta no concorrido mercado americano dos anos 70.
Ele também pouco lembra o primeiro Accord quadradão que chegou ao Brasil, em 1992.
Agora há tamanho e motor de carro alemão. Aliás, o Accord, com 4,93 m, é maior até do que um Mercedes E500.
Seu motor deixa para trás o do E350. São 278 cv debaixo de um 3.5 V6 (seis cilindros em "V"), com coxins ativos, que, diz a Honda, reduzem as vibrações.
Nem precisava. Há seis camadas de mantas acústicas -só faltam aquelas "caixas de ovos" no teto, comuns nos botequins.
No teste Folha-Mauá, o que mais surpreendeu não foram os 7,9s que o Accord levou para atingir 100 km/h, mas os 13,1 km/l consumidos na estrada.

Ponte Rio-Niterói
Poderiam até, após 32 anos, refazer aquela velha propaganda do Fiat 147, que cruzava a ponte Rio-Niterói com apenas um litro de gasolina.
Na época, a Fiat nem sonhava com o VCM 2, sistema de gerenciamento variável dos cilindros. O motor, sozinho, desliga dois ou três cilindros, de forma imperceptível. Na prática, seu religamento se confunde com as trocas das cinco marchas do câmbio automático.
Aliás, é aí que a Honda dá sua escorregadela. Veloz, ele carece de trocas seqüenciais. Com a metade da potência, o Civic EXS se gaba em dizer que tem "borboletas" atrás do volante. E não custa R$ 144,5 mil.
A Honda erra também quando priva os pára-choques de ter sensores de obstáculos. É a certeza de que, se não fazem falta aos americanos, não farão para o resto do mundo.
Sem falar no braço para articular a tampa do porta-malas, que amassa parte dos 453 litros admissíveis no bagageiro.
Seriam falhas menores se, entre os rivais, o Accord não topasse com o Volkswagen Passat V6 (R$ 168.820) ou com o Chevrolet Omega (R$ 147,5 mil).
São dois sedãs ricos em mimos e nada mesquinhos.
(FABIANO SEVERO)


O carro foi cedido para teste pela montadora

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092


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