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Último que sair fecha a porta e apaga a luz
Mercado de peruas médias e grandes cai a metade neste ano, culpa do sucesso de sedãs e jipinhos urbanos
DA REPORTAGEM LOCAL
"O conceito de "station wagon" [perua] é estritamente europeu e, há anos, desapareceu
nos EUA e no Brasil. Agora volta." As palavras são de Jaime
Ardila, presidente da GM do
Brasil, tentando explicar o porquê de a Cadillac americana
anunciar o lançamento da CTS
Sport Wagon neste ano, com
crise ou sem crise.
Fora as da Volkswagen (Jetta
e Passat Variant), peruas completamente novas também são
raridade no Brasil -na Europa,
tem aos montes.
Hoje, quem aposta no segmento precisa vender o peixe
da esportividade. Daí o lançamento da Renault Grand Tour
Extreme, uma remanescente
de um segmento com apenas
quatro modelos -a Toyota
Fielder abandonou o barco em
setembro do ano passado.
Além da Grand Tour, quem
também luta para não morrer é
a Peugeot 307 SW. A 407 SW
até consta no site da Peugeot,
mas emplacou só uma unidade
em março. Isso mesmo, uma. É
a metade do que vendeu, por
exemplo, o Lexus ES350, um
daqueles carros que você só
acredita que existe vendo-o.
Segundo a Fenabrave (federação das concessionárias), o
mercado de peruas médias e
grandes caiu de 2.724 unidades
no primeiro trimestre de 2008
para 1.276 unidades nos três
primeiros meses deste ano.
Uma queda de 53% -o mercado total cresceu 3% no período.
E não foi apenas pela saída da
Fielder, que registrava vendas
mensais de 400 unidades. A
própria Grand Tour teve redução de 57%, e a 307 SW, de 81%.
Para Vanessa Castanho, gerente de marketing da Renault,
a culpa é da concorrência de
carros de outros segmentos.
"Em 2001, os carros familiares
eram minivans. Depois, esse
mercado migrou para as peruas
e, agora, só compram SUV [utilitários esportivos] falsos."
Os "SUV falsos", explica Castanho, são os jipinhos "crossovers" com mais aptidões urbanas do que aventureiras. Entre
eles estão o Hyundai Tucson, o
Kia Sportage, o Honda CR-V e o
Chevrolet Captiva, a atual coqueluche do segmento.
Medo
Na opinião de Fabrício Biondo, gerente-executivo de marketing da Volkswagen, a queda
no segmento pode ter ocorrido
pela variação do dólar -saiu de
R$ 1,70 para R$ 2,30- ou por
problemas de estoque.
"O medo das montadoras em
novembro [auge da crise] obrigou todos a reduzir a produção
e a importação de carros. Hoje
falta Jetta Variant para vender", afirma Biondo, que completa: "Os SUV médios terão o
maior crescimento em 2009".
Pelo visto, no mercado de peruas médias, o último que sair
fecha a porta e apaga a luz.
(FABIANO SEVERO)
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