São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2008

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Agora inglês, Defender mantém prós e contras

Jipe da Land Rover faz 60 anos pronto para enfrentar "off-road"

FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL AO JALAPÃO (TO)

O Jalapão não é o lugar mais amigável do mundo. Irá receber a próxima temporada do programa de TV "Survivor" por sua aridez, seus areais enormes e suas pedras pontudas nas estradas que parecem leitos de rios perenes. Um bom lugar para apresentar o novo Land Rover Defender, ainda com dezenas de defeitos e de qualidades.
Não se pode olhar para ele como um carro qualquer, nem mesmo novo. Sua Série 1 acaba de completar 60 anos e, nesse tempo, ganhou e perdeu estepe e retrovisores no capô, capotas de lona e portas laterais subdivididas. Após seis gerações, soma cerca de 2 milhões de unidades produzidas na Inglaterra e no Brasil -75% rodam até hoje, segundo a Land Rover.
Em dezembro de 2005, porém, a produção na fábrica da Karmann Ghia, em São Bernardo do Campo, parou após seis anos. A marca voltou a importar o Defender da Inglaterra, com mudanças no motor, na transmissão e no painel. E só.
Não há melhorias na ergonomia nem piora na vocação "off-road". Apesar disso, no primeiro teste para a imprensa, em abril, dois Defender sofreram perfurações no cárter, que vem da van Ford Transit. Os atuais têm estrutura diferente para evitar o choque com a peça.
Fora isso, sua valentia nas trilhas persiste. É um dos poucos jipes de verdade com carroceria de alumínio, grandes ângulos de entrada (49) e de saída (35) e chassi para "acolher" o escapamento e o diferencial central lá embaixo.

Ergonomia
Só que, como em 1948, o Defender continua feito ao redor do chassi e do motor, como os caminhões. Só depois vem o habitáculo, que tem de se virar para ganhar bancos e painéis.
As caixas de seis marchas e de transferência no meio são tão grandes e robustas que espremem os ocupantes contra as portas laterais. Há também uma parcela de culpa do motor turbodiesel de 122 cavalos, instalado a partir do eixo dianteiro -melhora a distribuição dos 1.873 kg totais. Ele "empurra" todo o conjunto motor-câmbio para dentro do carro.
A coluna de direção e os pedais precisam ser deslocados para a esquerda, enquanto a alavanca do freio de mão pressiona a perna direita. A bateria foi parar embaixo do banco e "sopra" quente no calcanhar.
Tudo isso num carro de R$ 144 mil -nacional, custava R$ 105 mil. O Defender 90 sai por R$ 139 mil, e o 130, por R$ 140 mil. Mas, se você já tem um desses (e gosta), não irá se importar com essas "bobagens".


FABIANO SEVERO viajou a convite da Land Rover, que cedeu o carro para avaliação

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