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Agora inglês, Defender mantém prós e contras
Jipe da Land Rover faz 60 anos pronto para enfrentar "off-road"
FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL AO JALAPÃO (TO)
O Jalapão não é o lugar mais
amigável do mundo. Irá receber a próxima temporada do
programa de TV "Survivor" por
sua aridez, seus areais enormes
e suas pedras pontudas nas estradas que parecem leitos de
rios perenes. Um bom lugar para apresentar o novo Land Rover Defender, ainda com dezenas de defeitos e de qualidades.
Não se pode olhar para ele
como um carro qualquer, nem
mesmo novo. Sua Série 1 acaba
de completar 60 anos e, nesse
tempo, ganhou e perdeu estepe
e retrovisores no capô, capotas
de lona e portas laterais subdivididas. Após seis gerações, soma cerca de 2 milhões de unidades produzidas na Inglaterra
e no Brasil -75% rodam até hoje, segundo a Land Rover.
Em dezembro de 2005, porém, a produção na fábrica da
Karmann Ghia, em São Bernardo do Campo, parou após seis
anos. A marca voltou a importar o Defender da Inglaterra,
com mudanças no motor, na
transmissão e no painel. E só.
Não há melhorias na ergonomia nem piora na vocação "off-road". Apesar disso, no primeiro teste para a imprensa, em
abril, dois Defender sofreram
perfurações no cárter, que vem
da van Ford Transit. Os atuais
têm estrutura diferente para
evitar o choque com a peça.
Fora isso, sua valentia nas
trilhas persiste. É um dos poucos jipes de verdade com carroceria de alumínio, grandes ângulos de entrada (49) e de saída (35) e chassi para "acolher"
o escapamento e o diferencial
central lá embaixo.
Ergonomia
Só que, como em 1948, o Defender continua feito ao redor
do chassi e do motor, como os
caminhões. Só depois vem o habitáculo, que tem de se virar para ganhar bancos e painéis.
As caixas de seis marchas e de
transferência no meio são tão
grandes e robustas que espremem os ocupantes contra as
portas laterais. Há também
uma parcela de culpa do motor
turbodiesel de 122 cavalos, instalado a partir do eixo dianteiro
-melhora a distribuição dos
1.873 kg totais. Ele "empurra"
todo o conjunto motor-câmbio
para dentro do carro.
A coluna de direção e os pedais precisam ser deslocados
para a esquerda, enquanto a
alavanca do freio de mão pressiona a perna direita. A bateria
foi parar embaixo do banco e
"sopra" quente no calcanhar.
Tudo isso num carro de R$
144 mil -nacional, custava R$
105 mil. O Defender 90 sai por
R$ 139 mil, e o 130, por R$ 140
mil. Mas, se você já tem um desses (e gosta), não irá se importar com essas "bobagens".
FABIANO SEVERO viajou a convite da Land Rover, que cedeu o carro para avaliação
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