São Paulo, domingo, 19 de dezembro de 2010

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Faltará carro novo em 2015, diz consultoria

Apesar dos investimentos das montadoras, consumo deve crescer mais que produção

FELIPE NÓBREGA
DE SÃO PAULO

A Fiat anunciou na semana passada investimento de R$ 3 bilhões para abrir sua segunda fábrica no país.
Com previsão de inauguração para 2014, a unidade sediada em Pernambuco terá capacidade para produzir 200 mil veículos por ano.
Entre os candidatos à nova linha de montagem está o sucessor do Mille (R$ 23,8 mil) -o veterano é atualmente o carro nacional mais barato.
Em outubro foi a Volkswagen que anunciou investimento -R$ 6,2 bilhões.
Parte do dinheiro será usada para desenvolver um modelo "popular". O futuro VW ficará posicionado abaixo do Gol (R$ 29.650).
De maior volume, o segmento de carros de entrada ainda terá novidades de outras empresas, como Chevrolet, Ford e Renault.
O objetivo, em geral, é o mesmo: tentar barrar uma possível invasão chinesa. Até o fim de 2011, ao menos dez fabricantes da China terão revenda no país, a maioria com modelos mais baratos do que os rivais nacionais.
Todas estão de olho no aumento do poder aquisitivo da classe C, consumidor que há pouco tempo não comprava carros novos.
Para especialistas, em 2015 as vendas no mercado brasileiro chegarão a 4,8 milhões de automóveis, volume 40% maior que o projetado para este ano (3,45 milhões).

DEMANDA
Mas, segundo Marcelo Cioffi, consultor da PWC (PricewaterhouseCoopers), os investimentos anunciados pelas montadoras para ampliar a produção local ainda não serão suficientes para suprir essa demanda futura.
"Se nenhum outro grande aporte for feito, em 2015 haverá um "gap" [intervalo] fabril de ao menos 1 milhão de veículos, fazendo com que as importações [incluindo as do Mercosul] subam de 20% para cerca de 30%", calcula.
Para Fabrício Biondo, gerente-executivo de marketing da Volkswagen, até 2015 há tempo para as montadoras monitorarem o crescimento do mercado e, a partir daí, decidirem se aumentam os investimentos e a capacidade de produção. Em 2014, a VW planeja fabricar 1 milhão de carros no Brasil.
Biondo prevê dificuldades para as marcas chinesas. "O Brasil é grande, e eles [chineses] terão dificuldade para ampliar a rede de concessionários e as vendas de carros."


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