São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2000


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PEUGEOT
Com design do estúdio Pininfarina, sedã passa pela primeira reestilização, mantém seu charme, mas peca nos detalhes internos
406 une ousadia italiana e rigor francês

EDSON FRANCO
Editor interino de Suplementos

Os italianos do estúdio Pininfarina entraram com a ousadia no traço, os franceses da Peugeot domesticaram o arrojo com rigor. O resultado é o Peugeot 406 Sedan, carro que pega o motorista pela emoção e que pouco desaponta a razão.
Lançado originalmente em 1995, o carro passou por sua primeira reestilização. Em comparação com a versão anterior, o 406 passa a impressão de ser bem maior, mas é ilusão de ótica.
Na verdade, o carro ganhou meros 4,3 cm, quase totalmente concentrados na maior espessura dos pára-choques. A impressão vem de pequenos truques desenvolvidos pelo estúdio italiano.
A frente ficou levemente mais elevada. A tampa do porta-malas ganhou altura e linhas sinuosas. Cheios de curvas, os desenhos das laterais e da tampa do capô conferiram um pouco mais de "musculatura" ao conjunto.
Somadas, essas alterações deram ao carro uma elegância que, em vez de ser ostensiva, se insinua. Quem vê o 406 sabe que está diante de algo chique, mas não consegue explicar o porquê.

Desempenho
Com alguns deslizes, a elegância se estende ao interior, confortável e com requintes como bancos de couro, toca-CDs de série, ar-condicionado, tela de proteção solar no vidro traseiro e braço escamoteável para os passageiros de trás.
Os pecados são os detalhes em madeira -que não rimam com nenhum outro elemento do interior-, o ruído provocado pelo atrito entre os bancos de couro e o console central, a falta de ajustes elétricos nos bancos da frente e uma inconveniente, em termos de design, fechadura para desativar o airbag do passageiro.
Ao ligar o carro, o motorista sente nas mãos um carro com desempenho, suspensão e segurança voltados para o uso familiar.
A unidade testada pela Folha e pelo Instituto Mauá de Tecnologia possui câmbio mecânico de cinco marchas, que são trocadas suavemente.
Sem provocar muitos sustos na hora da ultrapassagem, o propulsor não chega a empolgar. Afinal, é uma tarefa árdua para um motor 2.0 puxar um carro com quase 1.400 kg.
Mesmo assim, o carro tem um desempenho não muito distante do de seus principais concorrentes. Vai da imobilidade aos 100 km/h em 10,87 segundos.
Bate o tempo do Citroën Xantia GLX (10,89 s), mas é pior que o do Chevrolet Vectra CD (10,2 s) e do Ford Mondeo CLX (9,6 s). Isso acontece apesar de o motor do 406 ter 135 cv (cavalos), contra 123 cv do Vectra, 131 cv do Mondeo e 132 cv do Xantia. O antigo 406 tinha a alternativa do motor V6 (seis cilindros em "V") de 194 cv, que saiu de linha para deixar o preço do carro mais competitivo.


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