São Paulo, domingo, 20 de junho de 2004

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FÉRIAS SOBRE RODAS

Equipamentos de segurança, como macacos, podem estar quebrados e deixar motoristas na mão

Vistoria antes de sair evita dor de cabeça

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Fazer uma vistoria atenta antes de sair da locadora pode ser o remédio para evitar as dores de cabeça de quem aluga um carro. O engenheiro Mario Calcagnini, 31, não fez isso e, por pouco, não ficou a pé. Ele alugou um buggy na Bahia e só notou que o macaco estava quebrado quando o pneu furou numa estrada de terra.
"Era noite e não havia luz. Liguei para a agência e disseram que eu mesmo teria de trocar o pneu porque a assistência 24 horas era apenas para panes mecânicas. Fui dirigindo com o pneu furado até o hotel e tive de pedir um macaco e uma chave de roda emprestados", conta Calcagnini, que devolveu o carro no dia seguinte, pediu e conseguiu reembolso das diárias pagas antecipadamente.
"Em casos como esse, o cliente tem o direito de exigir o reparo ou trocar o veículo por outro igual. Se a locadora não tiver um da mesma categoria, o consumidor tem duas opções: pedir um mais barato e receber a diferença ou ficar com um mais caro, pagando o mesmo valor", explica Dante Kimura, do Procon de São Paulo.
Quem está fora do Brasil deve ficar atento aos tipos de seguro e às limitações. Os nomes e as siglas usados podem confundir. Um seguro total (LDW) nos Estados Unidos, por exemplo, significa que todos os sinistros estão inclusos e que não há franquia.
Já no Brasil, a proteção completa significa que todos as ocorrências estão cobertas, mas pode haver ou não franquia a pagar.
"A nossa prática é oferecer proteção com franquia. Isso é uma maneira de fazer com que o cliente assuma uma responsabilidade pelo carro", justifica Alberto Vidigal, presidente da Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis).
Na Europa, o seguro feito em um país pode não ser válido em outro. As locadoras exigem que o cliente avise, na hora de retirar o carro, se vai cruzar fronteiras.
"Por causa da incidência de roubos, principalmente na Itália e no Leste Europeu, as lojas impõem restrições", afirma Bernd Uhl, gerente-executivo no Brasil da corretora alemã Pallas.
As locadoras também adotam medida semelhante para permitir que o viajante cruze a fronteira do Brasil com seus países vizinhos.
Na Europa, há opções de seguros com e sem franquia e com franquia reduzida. A escolha vai depender do perfil do condutor.
"Se a pessoa não conhece o idioma do país e não está acostumada a dirigir no exterior, recomendo fazer um seguro com proteção mais ampla", afirma Tasso Gadzanis, presidente da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens).

Tranqüilidade
Quem resolve pagar mais barato e não contrata a proteção tem de estar ciente dos riscos. A diária de um carro básico no Brasil custa a partir de R$ 45 sem seguro e R$ 60 com seguro. Nos EUA, os preços não variam tanto. Lá um carro de luxo, como um Lincoln Town Car, sem seguro, pode ser encontrado por U$$ 108 a diária. Com seguro total, o preço sobe para US$ 120. "Não vale a pena assumir o risco", afirma Kimura.
Para que não haja o perigo de ficar na mão em caso de pane, é importante ter telefones de emergência. "[O cliente] deve verificar se não há dificuldade com o idioma e avisar imediatamente a locadora sobre qualquer problema", diz Jorge Tardin, assessor jurídico do Procon do Rio de Janeiro.

Cartão de crédito
Em viagens a outros países, é importante analisar se vale dispensar o seguro da locadora e ficar com a cobertura oferecida pelos cartões de crédito.
Das operadoras no Brasil, apenas Visa e Mastercard oferecem esse serviço. Mas avisam que há restrições, como tempo máximo em que a cobertura é válida e os países em que pode ser utilizada.
O principal contratempo, no entanto, é o fato de o cartão não pagar diretamente o prejuízo. Em caso de acidente ou roubo, o cliente precisa ressarcir a loja e depois requisitar reembolso.


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