São Paulo, domingo, 20 de junho de 2010

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Dose homeopática

A1 é uma amostra de Audi, mas sonha alto; quer levar a marca à liderança mundial no mercado de luxo antes de 2015

Tobias Sagmeister/Divulgação
Lanterna lembra a do Q5; só A1 S-tronic tem escape duplo

FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

"Quem faz depois tem a obrigação de fazer melhor." Assim, o presidente da Audi, Paulo Sérgio Kakinoff, comparou o A1 com o arquirrival Mini Cooper, da BMW. Mas o A1 quer mais, muito mais.
Almeja levar a Audi à liderança mundial no mercado "premium". Na Europa, já fechou o ano de 2009 à frente da BMW e da Mercedes.
E entrar no segmento chamado de sub-20 (carros abaixo de 20 mil) faz todo o sentido. Ganham em volume, mesmo vendendo um Polo novo travestido de Audi A1.
Explica-se: os dois carros compartilham plataforma e "powertrain" (motor e câmbio). Ou seja, quase tudo que fica "escondido" é igual.
Não entenda como um demérito para a Audi. Foi a Volkswagen quem mais ganhou, assim como nos velhos A3/Golf e A4/Passat.

ANTIMINI
Tudo para baratear os projetos e deter o Mini -desde 2001 sozinho entre os "cult" com um quê de "premium".
Como diversão, o Cooper é mais BMW que o A1 é Audi.
O balanço curto das rodas nos extremos da carroceria fazem do Mini o ás em curva.
Como carro, o A1 é mais Audi do que o Mini é BMW.
O acabamento é de primeira e há um espaço menos pior para quem vai atrás. Ainda não é digno de adultos, mas leva crianças à escola. E só.
Na frente, tudo muda: há bancos com ótimos apoios para tronco e pernas, além de uma posição ímpar de guiar.
O console abriga a tela escamoteável com navegador e informações do toca-CDs e de seus 14 alto-falantes da Bose.
Em apenas 3,95 m, 465 W ecoam como um fone de ouvido ambulante. É show!
Se preferir, pode ouvir o ronco fino do motor 1.4 16V turbo (TFSI) com injeção direta de gasolina. Melhor é o estalo clássico das trocas de marcha do câmbio automático de dupla embreagem.
Com 122 cv -no Brasil terá 125 cv-, não faz milagre. É agradável na cidade e tem apetite entre 2.000 e 4.000 rpm (faixa plana de torque).
Na "autobahn" A115 (estrada alemã sem limite de velocidade), entre Berlim e Potsdam, o ponteiro cravou 200 km/h, mas a 120 km/h o ruído nas colunas "A" pintadas de prata já incomoda.
O A1 será a estrela da Audi no Salão de São Paulo, em outubro, mas só será vendido a partir de março na versão 1.4 (S-tronic). Vai custar cerca de R$ 90 mil, preço atual do Mini 1.6 automático. A1 manual? Talvez, mais tarde.
A Audi ainda terá A1 quatro portas e S1. Aí o motor 1.4 ganha compressor e turbo para atingir 180 cv e pegar o Cooper S. Mas o Polo GTi europeu não usa esse motor?


O jornalista viajou a convite da Audi, que cedeu o A1 para avaliação


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