São Paulo, domingo, 21 de fevereiro de 2010

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Visual aventureiro deixa Fiat Doblò mais lenta e pesada

Multivan é opção para quem busca um veículo prático para o dia a dia e espaçoso para a família nos finais de semana; kit Adventure custa mais R$ 6.000

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Fiat inaugurou a moda de elevar a suspensão e adaptar adereços em seus modelos para criar a linha Adventure, em 1999, com a Palio Weekend. Uma estratégia hoje copiada por quase todas as montadoras.
Na Doblò, líder de vendas entre as multivans desde seu lançamento, em 2001, a chegada da versão Adventure, em 2003, consolidou o reinado da Fiat na categoria -hoje ela corresponde a 52% das vendas.
Mesmo quem utiliza muito pouco o carro no fora de estrada acaba atraído pelo visual robusto. Na Doblò, o apelo "off-road" até melhora o design esquisito, característica comum às multivans. Mas a aventura tem seu peso e seu preço.
O teste Folha-Mauá revela que a Adventure com o mesmo motor 1.8 (até 114 cv) da "irmã urbana" é mais lenta nas retomadas. A 80 km/h, precisa de 25,4s para chegar a 120 km/h -8s mais lenta que a versão HLX, testada em janeiro. Com álcool, a diferença é de 3,4s.
Culpa dos 125 kg a mais e do arrasto dos pneus de aro 15.
Em aceleração, quase empatam. Os testes, porém, foram feitos com os carros vazios.
Com passageiros e bagagem, a Doblò tem ainda mais dificuldade para enfrentar a subida da rodovia dos Imigrantes na volta do feriado de Carnaval.
A aerodinâmica compensou o aumento de peso, deixando o consumo não muito diferente do da já beberrona HLX.
Com álcool, a Adventure faz 6,9 km/l na cidade -rende 1,7 km a mais com gasolina.

Caminhãozinho
A posição elevada do motorista, somada à suspensão de curso longo, continuam proporcionando uma experiência diferenciada ao volante.
Com a alavanca do câmbio alta e 4,48 m de comprimento, a sensação é a de dirigir um pequeno caminhão urbano.
A Adventure, com altura do solo 6,2 cm maior que a da versão normal, inspira ainda mais confiança para enfrentar buraqueira ou enchentes. E, hoje, nem é preciso sair da capital para estar nessa situação.
Nas curvas, a inclinação da carroceria incomoda e requer cautela extra no asfalto. Em terrenos acidentados, é bom não tomar por enfeites os inclinômetros instalados no teto.
Quase sem concorrência, o modelo parte de salgados R$ 61.170 (ar-condicionado e direção hidráulica de série).
Com Citroën Berlingo e Peugeot Partner fora do Brasil, resta a Renault Kangoo Sportway 1.6 (até 98 cv) por R$ 51.890.
O coreano Kia Soul 1.6 (124 cv) é encontrado por R$ 53,6 mil. Estranho, mas moderninho, ele até passa por multivan.


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