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FORA-DE-ESTRADA
A convite da Folha, dois donos de veículos 4x4 são avaliados e cometem erros comuns entre os novatos
Jeito vale mais que tração para sair da lama
ARMANDO PEREIRA FILHO
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO
Tração nas quatro rodas, suspensão elevada, pneus especiais e
marcha reduzida (que dá força total em velocidades baixas). Mesmo com tudo isso, é possível atolar um carro. Como os utilitários
esportivos viraram moda, muitos
compram jipões sem saber usá-los direito e pensam que estão livres de ficar presos na lama.
Pesquisa feita pela Ford em
2003, entre proprietários de comerciais leves 4x4 no Brasil, mostra que só 1% deles usam a tração
integral "quase sempre". A maioria, 66%, diz que raramente usa.
A convite da Folha, dois proprietários de carros 4x4, o empresário Juliano Sarti Domene, 23, e a
psicóloga e escrevente judiciária
Nayara Almeida Vieira, 44, ambos iniciantes no mundo fora-de-estrada, fizeram uma avaliação
numa trilha leve nos arredores de
São Paulo.
Domene é dona de um jipe Troller, e Vieira, de um Toyota Bandeirante. Eles compraram os carros sem a intenção de fazer trilhas
radicais. Queriam só veículos versáteis para andar na cidade e enfrentar estradas difíceis.
Dicas
Os obstáculos procuravam reproduzir dificuldades simples encontradas num acesso a um sítio.
Os motoristas foram avaliados e
orientados pelo publicitário e
jipeiro Sérgio Braganti, 33, criador da equipe e do site Adrenalama (www.adrenalama.com.br).
Com 15 anos de experiência no
setor, ele dá aulas particulares e
realiza passeios. Suas dicas podem ajudar os
menos experientes.
Segundo Braganti, um dos erros
mais recorrentes é acelerar muito
no mesmo lugar quando o carro
atola. Isso só aumenta o tamanho
do buraco. Pneus de uso misto
também não são recomendados.
O melhor é colocar um pneu
"mud" (lama em inglês).
Outra regra de ouro: não fazer
trilhas com um jipe só. Levar comida e bebida, mas evitar as alcoólicas. O impacto ambiental
também é importante. Para retirar um carro atolado, não se deve
amarrar um cabo de aço diretamente numa árvore. Isso pode
matá-la. É preciso usar uma cinta,
que distribui o peso pelo tronco.
"Diante dos obstáculos, pondere sobre o traçado, ande em seu
ritmo e respeite o limite do seu
carro", conclui Braganti.
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