São Paulo, domingo, 21 de março de 2004

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FORA-DE-ESTRADA

A convite da Folha, dois donos de veículos 4x4 são avaliados e cometem erros comuns entre os novatos

Jeito vale mais que tração para sair da lama

ARMANDO PEREIRA FILHO
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO

Tração nas quatro rodas, suspensão elevada, pneus especiais e marcha reduzida (que dá força total em velocidades baixas). Mesmo com tudo isso, é possível atolar um carro. Como os utilitários esportivos viraram moda, muitos compram jipões sem saber usá-los direito e pensam que estão livres de ficar presos na lama.
Pesquisa feita pela Ford em 2003, entre proprietários de comerciais leves 4x4 no Brasil, mostra que só 1% deles usam a tração integral "quase sempre". A maioria, 66%, diz que raramente usa.
A convite da Folha, dois proprietários de carros 4x4, o empresário Juliano Sarti Domene, 23, e a psicóloga e escrevente judiciária Nayara Almeida Vieira, 44, ambos iniciantes no mundo fora-de-estrada, fizeram uma avaliação numa trilha leve nos arredores de São Paulo.
Domene é dona de um jipe Troller, e Vieira, de um Toyota Bandeirante. Eles compraram os carros sem a intenção de fazer trilhas radicais. Queriam só veículos versáteis para andar na cidade e enfrentar estradas difíceis.

Dicas
Os obstáculos procuravam reproduzir dificuldades simples encontradas num acesso a um sítio. Os motoristas foram avaliados e orientados pelo publicitário e jipeiro Sérgio Braganti, 33, criador da equipe e do site Adrenalama (www.adrenalama.com.br). Com 15 anos de experiência no setor, ele dá aulas particulares e realiza passeios. Suas dicas podem ajudar os menos experientes.
Segundo Braganti, um dos erros mais recorrentes é acelerar muito no mesmo lugar quando o carro atola. Isso só aumenta o tamanho do buraco. Pneus de uso misto também não são recomendados. O melhor é colocar um pneu "mud" (lama em inglês).
Outra regra de ouro: não fazer trilhas com um jipe só. Levar comida e bebida, mas evitar as alcoólicas. O impacto ambiental também é importante. Para retirar um carro atolado, não se deve amarrar um cabo de aço diretamente numa árvore. Isso pode matá-la. É preciso usar uma cinta, que distribui o peso pelo tronco.
"Diante dos obstáculos, pondere sobre o traçado, ande em seu ritmo e respeite o limite do seu carro", conclui Braganti.


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