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peças & acessórios
Após um ano, lei sobre acessórios não pegou
Farol de xenônio e rebaixamento exigem inspeção; PM e CET ignoram
RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Após pouco mais de um ano,
a resolução 262/08, do Contran
(Conselho Nacional de Trânsito), que regulamentou o uso de
acessórios, não pegou.
A Polícia Militar não tem
treinamento suficiente e falta
equipamentos para multar,
mas o faz. A instituição não
soube, porém, informar quantas pessoas foram autuadas
desde maio de 2008, quando a
resolução entrou em vigor.
"Veículos rebaixados e convertidos a gás são as principais
autuações", informou um policial militar de São Paulo.
Procurada, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)
declarou que essa fiscalização
não é de sua responsabilidade.
A resolução 262/08, atualizada pela 292/08, em agosto, estabelece que, para modificar o
veículo, o motorista deve emitir o CSV (Certificado de Segurança Veicular) em um órgão ligado ao Inmetro. Depois, emiti-se um documento com a observação "Modificado".
A lei vale para qualquer acessório aerodinâmico, como aerofólios, "spoilers" e saias.
"Como o policial vai saber
quais são as características originais de todos os carros?",
questiona Vitor Simone, proprietário da Personal Parts, fabricante de kits aerodinâmicos.
De acordo com o gabinete de
treinamento do 34º Batalhão
da PM de São Paulo, "conforme
as resoluções são criadas, os policiais recebem treinamento
para saber como atuar". Não
há, porém, nenhum catálogo
com as especificações de cada
carro, por exemplo, o que gera
equívocos nas autuações.
Equívocos
Foi o que aconteceu com o
motorista José Reinaldo Oliveira, 26. Ele estava fazendo
uma entrega com uma Chevrolet Montana quando foi multado por oficiais da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas), ligada à PM.
"Os policiais alegaram que o
carro estava rebaixado, mas
eram apenas apliques nos para-lamas. Os policiais não souberam explicar qual era a altura
permitida do carro em relação
ao chão", conta Oliveira.
O veículo e os documentos
foram apreendidos. "Depois, o
carro passou na vistoria do Detran e foi liberado", diz.
Segundo a PM, se isso acontecer, o proprietário deverá entrar com recurso no Detran.
Marcelo Gonçalves, dono da
loja Magaof, afirma que a "legislação chegou a atrapalhar as
vendas de acessórios, mas hoje
já estão normalizadas".
Gonçalves admite que vale a
vontade do cliente. "Há equipamento que, pela lei, não poderia
ser instalado, mas, se o cliente
quiser, nós o colocamos."
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