São Paulo, domingo, 21 de novembro de 2010

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DS por DS

Folha testa, em Paris, o DS3, que chegará ao Brasil em 2012 sem a sofisticação e a inovação do DS da década de 50

Divulgação
DS3 muda o foco da Citroën e vai enfrentar Mini Cooper, e não mais BMW

FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A PARIS

O DS é um revolucionário.
O antigo, e não o novo DS3, que chegará ao Brasil em 2012. A vinda do pequeno Citroën para o Brasil já era um bom motivo para a Folha ir à França e guiá-lo com exclusividade por cerca de 400 km.
O segundo bom motivo, talvez, seja mais importante: entender por que o hatch descolado da Citroën se apoderou de uma sigla emblemática da década de 50.
O velho DS marcou época, fez história. Em 1955, o Citroën inaugurou a suspensão hidropneumática. Alguns anos depois, foi o primeiro a lançar os faróis direcionais, que acompanhavam as curvas pelo esterço das rodas.
E o DS3? Bom, o novo não traz quase nada de novo. É uma versão modernosa do C3 europeu que debutou por lá.
Aliás, analisando o DS3 pela ótica do C3, ele é um grande carro: design acertado, posição de guiar esportiva e uma maneabilidade de fazer inveja ao Mini Cooper, seu principal rival atual.

CARLA BRUNI
Só que, há 55 anos, o Mini nem sequer pensava em encarar o DS. Era um carrinho jeitoso que a Inglaterra tentava disseminar pela Europa.
O DS, não. Ele concorria com Mercedes-Benz e BMW, sem perder em conforto, com um inovador sistema de suspensão hidropneumática que mantinha a carroceria nivelada -e não fazia os ocupantes quicarem dentro do carro, como no Cooper.
Um DS "boca de sapo", como era carinhosamente chamado, também não queria brigar com um Fiat pequeno. Tinha porte de carro familiar e espaço raro para a época.
Pois hoje o DS3 básico custa na França 15,5 mil, o preço do Fiat 500 1.4 (no Brasil, ele sai por R$ 65 mil).
O Citroën traz o kit que o segmento "retrô bacaninha" exige: conforto (ar-condicionado, direção e trio elétricos), segurança (freios ABS e controle de estabilidade) e um toque de personalização.
O teto, por exemplo, pode ganhar bolinhas brancas para combinar com o painel plástico pintado na cor predominante da carroceria.
Só que o DS, há 55 anos, pensava em coisas mais sérias. Não se apegava só a "pequenos" detalhes. Chocou o mundo ao trazer de série freios a disco, câmbio semi-automático, direção hidráulica e capô de alumínio.
Em outras palavras, se fosse reeditado à risca, o DS seria um C6 melhorado, com toda a sua excentricidade.
Não é à toa que o antigo DS era o queridinho do general Charles de Gaulle. Será que, se fosse vivo, ele usaria o DS3? Hoje, se entrar Nicolas Sarkozy e Carla Bruni, não cabe mais quase ninguém no carro para contar história.


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