São Paulo, domingo, 22 de junho de 2008

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Manutenção econômica

Modo de rodar determina vida útil de peça

Congestionamentos e buracos, por exemplo, obrigam a troca prematura de componentes como amortecedor

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mercado de zero-quilômetro superaquecido é sinal de que há, nas ruas, muitos carros sem problemas. Mas, para continuarem assim, exigem atenção, pois vão rodar por vias esburacadas e enfrentar congestionamentos com certa freqüência.
"Um carro novo raramente precisa de manutenção corretiva", comenta o mecânico Pedro Scopino, da oficina que leva seu sobrenome. O hábito de só abastecer e trocar o óleo, porém, faz do motor a principal fonte de visitas a oficinas.
"Desatenção com velas e filtros e sujeira nos bicos injetores são as principais causadoras de falhas no funcionamento e no acionamento do motor."
A falta de manutenção nesses itens causa aumento de consumo de combustível e de emissão de poluentes. "Mas a maioria dos motoristas não sabe o quanto o carro consome nem sabe fazer o cálculo."
Para que isso não ocorra, é preciso obedecer ao prazo sugerido pela montadora para a troca dos componentes, indicado no manual do proprietário.
Alguns mecânicos, contudo, dizem ser viável postergar a troca de alguns. A forma de dirigir, a quilometragem rodada e por onde o carro circula determinam o desgaste das peças.
César Samos, da Mecânica do Gato, diz que um amortecedor suporta 50 mil quilômetros, mas passar por buracos e lombadas constantemente obriga a alinhar e balancear. "Como o carro já está no elevador, dá para checar irregularidades como vazamento, o que previne problemas no sistema todo."
Outro exemplo é o sistema de freios. Ele deve ser verificado a cada 10 mil quilômetros, mas as pastilhas poderão ter uma sobrevida de até 50% se o motorista não tiver o costume de apoiar o pé no acelerador (à espera do farol verde, por exemplo) nem frear bruscamente.

Alternativas
De qualquer forma, trocar peças sempre causa dúvidas. É possível optar por peças originais, que vêm nas caixas com o logotipo da montadora, ou por similares, embaladas pelo fabricante do componente. Peças remanufaturadas e as recondicionadas também confundem.
A embreagem, o compressor do ar-condicionado, a junta homocinética, o alternador e o motor de partida, além de componentes do motor, são vendidos reparados e garantidos pelo fabricante da peça. Essas peças remanufaturadas podem ser instaladas sem preocupação.
Para Alessandro Sdei, da oficina Box 5, a principal vantagem das peças remanufaturadas está no preço, até 30% menor. "E o prazo de garantia é o mesmo do da peça original."
Scopino recomenda cuidados com as recondicionadas. "São refeitas por terceiros sem respeito de normas técnicas que dão segurança ao produto."
O amortecedor é uma das peça mais sujeitas à remanufatura. "As válvulas internas geralmente não são substituídas, e elas perdem pressão, o carro começa a não ter estabilidade e pode até capotar", alerta.
(ROSANGELA DE MOURA)


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